terça-feira, 31 de agosto de 2010

Amsterdam

Tá ficando meio repetitiva essa história de eu chegar aqui no blog e falar que tal viagem foi maravilhosa e que tal lugar é lindo... Mas o que diabos eu posso fazer se tudo o que tenho conhecido até agora tem sido, de fato, maravilhoso?! Com Amsterdam não poderia ter sido diferente... A viagem foi sensacional e indescritível.

Vou começar o post dizendo que Amsterdam é a cidade mais linda em que já estive na vida. Sinto muito, Praga, mas você perdeu o posto de "a mais bela". Cidades cortadas por rios e pontes me encantam, e Amsterdam é um verdadeiro paraíso com todos aqueles canais, pontes, jardins, parques, bicicletas. A arquitetura dos prédios é muito linda, e o reflexo das construções e das árvores nos canais é uma coisa muito bonita.

Amsterdam tem as bicicletas, os milhares de barcos, as casas-barcos, o Museu Van Gogh, a casa da Anne Frank (que também virou museu), a Red Light, o Vondel Park, os barzinhos na beira do canal, a liberdade das pessoas, enfim, é uma cidade ímpar! Alugamos, eu e Luciano (meu fiel companheiro de viagens!) uma bicicleta e saímos pedalando pela cidade, sem destino, sem mapa, sem lenço e nem documento. Foi um passeio muito legal esse de sair simplesmente ao sabor do acaso, pedalando por onde as belezas iam nos chamando.

Outra coisa interessantíssima de Amsterdam é que lá não tem metrô (claro, com os canais fica impossível). Então você o tempo todo anda pela cidade pela superfície. Não se perde nada da cidade deslocando-se de metrô, como comumente fazemos, então a impressão que fica é a de apropriação mesmo, de sentir-se parte da cidade, de integrá-la ao seu repertório. Talvez eu conheça mais Amsterdam do que as outras cidades que visitei, porque em Amsterdam o tempo todo estive vendo a cidade, já que não peguei um metrô sequer. Lá os deslocamentos eram feitos pelos trens de superfície, ou o bom e velho bonde! Mas a maior parte deles eram feitos mesmo era à pé.

Uma coisa que me deixou impressionado foi como carros, motos, bicicletas e pedestres se entendem no espaço urbano... porque é uma verdadeira confusão de meios de transporte e eu ficava só esperando os acidentes. Poderia até se pensar "ah, mas todos dirigem com cuidado", mas nada disso... Carros andam em velocidade alta, bicicletas e motos tiram verdadeiros finos dos pedestres, pedestres andam no meio da rua, enfim, é um loucura generalizada, mas que eu imagino que eles já interiorizaram, porque não vi um incidente sequer. Mas quando eu estava fazendo o passeio de barco pelos canais (passeio imperdível, que for à cidade não pode deixar de fazê-lo!) eu ficava pensando "nossa, mas como isso pode dar certo?! Esse monte de barco e não dá nenhuma confusão?!" Pois num é que deu?! Simplesmente teve uma hora que "engarrafou" tudo!!! Nenhum barco ia pra frente e nem ia pra trás! KKKKKKKKKKK. Daí foi preciso que cada um, calmamente, fosse fazendo manobras e mais manobras, com toda a paciência do mundo, para que o canal fosse "desafogando" e os barcos pudessem voltar às suas trajetórias.

Enfim, Amsterdam está no topo! E estar no topo depois de tantas cidades lindas visitadas é uma honra e tanto!

De volta...

Nossa, passei 16 dias sem postar nada aqui... É que nesse intervalo teve viagem e muito estudo, daí o tempo ficou escasso. Mas estou aproveitando que dona Luciana Leitão ainda não deu as caras na internet para falar comigo para colocar o blog em dia!

domingo, 15 de agosto de 2010

Centésima postagem

Para quem nunca foi fã de blog - nem para ler e muito menos para escrever - eu não imaginava que esse espaço fosse chegar ao centésimo post... Achava que depois de umas duas semanas aqui em Barcelona eu iria enjoar desse negócio de escrever contando as coisas daqui. Mas eis que hoje completo e comemoro a centésima postagem. E isso graças a todos vocês que lêem as minhas novidades e me incentivam a continuar postando aqui as aventuras da minha vida na Espanha e na Europa.

Esse blog, desde o início, não tem forma e nem segue nenhuma cartilha ou receita. Não é para contar só sobre as coisas de Barcelona, pois eu também falo das minhas viagens pela Europa. Não é um blog de viagens, pois eu também falo coisas do meu cotidiano aqui. Não é um blog só sobre a Europa, pois eu também falo de pessoas e coisas do Brasil. E não é, de jeito nenhum, um blog científico. Não espere encontrar aqui erudição e linguagem acadêmica. Quem quiser esse tipo de material vá lá no meu Currículo Lattes e escolha algum dos meus artigos, capítulos de livros, projetos e outras publicações (essas sim acadêmicas) para ler. Eu adoro o meu trabalho, mas devo confessar que acho um saco esses blogs pseudo-intelectuais, com frases de efeito pseudo-eruditas dessa galera da academia que acha que porque é ou vai ser "dotô" tem que "falar bonito" sempre, seja em uma palestra ou seja com a namorada na cama.

Também não me policio para postar todos os dias, porque esse espaço para mim funciona como uma diversão, e não como uma obrigação. Posto sempre que tenho vontade, sempre que acho que tenho algo de interessante para compartilhar. E falo de tudo, desde interculturalidade até sobre comida de supermercado, sem medo de falar besteira, sem receio do que as pessoas vão pensar de mim ao ler o que eu escrevo. Como comunicador social, comunicólogo e pesquisador é óbvio que eu sei que não se pode falar tudo o que dá na veneta, mas também não banco aqui o politicamente correto, daqueles que pensa 55 vezes antes de escrever alguma coisa. O blog é MEU e aqui eu falo o que EU quero. Quem não gostar é só não voltar! Também não tenho uma preocupação excessiva com a gramática (eu ODEIO crase, por exemplo!), portanto certamente vários erros de português se exibem nessas "mal traçadas linhas" (hahahaha momento drama!). Enfim, esse espaço não tem rótulos... E eu gosto dele justamente por isso.

Gostaria de agradecer a todos que me acompanham, que eu sei que são muitos. Mas queria agradecer, principalmente, aqueles que, além de ler, comentam os meus posts, me incentivando ainda mais: à Lu, minha noiva linda, que procura participar de tudo da minha vida; e às amigas Flávia e Germana. A Maris também comenta bastante as coisas no blog, mas ultimamente tem estado meio relapsa... Huhauhuahauhauah.

É isso... vamo que vamo que muita coisa ainda vai rolar!

Um abraço a todos,
Daniel (na Espanha!)

Contra a crise...

Desde que cheguei aqui eles não param de futricar no condomínio em que moro... Já mudaram o portão, já mudaram a mureta, já gramaram um monte de coisa (com aquelas gramas que já vêm prontas), já mudaram a iluminação do pátio, já compraram 54 mil jarros e plantas, já fizeram tudo quanto foi de firula. Eu perguntei à Othita se esse negócio não vai terminar mais nunca (parece que agora eles estão mexendo lá na cobertura do prédio, que é onde, pelo menos até agora, as pessoas deixam as roupas para secar) e ela me respondeu que essa "maquiagem" já está em 500 mil euros! Eu fiquei besta, afinal isso aqui não é um condomínio de gente rica, é um lugar onde moram pessoas de classe média que eu acredito que não devam ter dinheiro sobrando para ficar pagando cota extra para besteira de paisagismo (eita que se um arquiteto e urbanista ler isso aqui vai enfartar! kkkkkkkk). Expondo essa minha opinião foi que Othita me explicou que parece que a Generalitat (é tipo a prefeitura daqui) subsidia parte desses valores com obras, para poder empregar a mão de obra da construção civil e ajudar o país a enfrentar a crise. Eu fiquei meio cabreiro com essa informação, sem saber até que ponto isso tem veracidade ou quem disse isso aos ouvidos da Othita está mal informado. Porque haja dinheiro se a Generalitat for tá subsidiando tudo quanto for de reforma nessa cidade... E outra coisa, se é para incentivar o setor, vamos financiar obras de verdade, né?! E não tá ajudando a pagar a conta de algum síndico megalômano que acha que mora no Castelo de Caras!

Fim do verão?!

Ontem à noite eu senti um certo clima de fim de verão... tava friozinho, vento bom no rosto (é uma das coisas que eu mais gosto aqui... andar por essas ruas lindas, sentindo esse vento no rosto, apreciando a paisagem, sem medo de NADA!). E o indício mais forte: escureceu nove e pouco da noite! Até um dia desses tava escurecendo 10 e meia!!!

Olha, se realmente já estamos entrando em clima de outono eu vou dizer que o verão daqui foi muito fraco. Tudo bem que em alguns dias de julho eu só faltei derreter de calor, que eu tive uma irritação no olho por conta de uma "baforada" de ar quente que o ventilador soltou bem em cima dele, que eu nunca tomei tanta água e tanto suco de laranja na minha vida como nos dias mais quentes aqui, mas isso foi da última dezena de junho até a primeira quinzena de agosto. E isso é pouco se levamos em consideração que o verão, oficialmente, dura 4 meses!

Mas por mim "no pasa nada", afinal eu adoro climas amenos, adoro dias nublados (não, eu não sou anormal!)... Só não quero ter que usar casaco logo, pelo amor de Deus!!! Do jeito que tá tá ÓTIMO!

Cada um com a sua Espanha...

Engraçado... como as histórias de vida de cada um faz a sua apropriação da cidade de destino no processo migratório ser distinta. Eita, comecei esse tópico de forma muito profunda... Hahaha. Vou simplificar. Como cada sujeito tem uma forma diferente de ver a cidade onde foi morar (quando sai da sua cidade de origem para ir morar em outro lugar), e como nessa relação estão incluídas uma série de variáveis. Enfim, cada um vê uma Barcelona diferente, cada um que veio de fora morar aqui sente uma cidade distinta.

Certa vez estava eu conversando com a moça que faz faxina aqui em casa, a Meyre. Ela é de Curitiba. Daí uma vez a Meyre me perguntou para quem eu estava torcendo na Copa e eu respondi "ah, já que o Brasil já saiu eu estou torcendo pela Espanha, lógico!". Falei assim como se fosse a coisa mais natural do mundo. Daí ela me respondeu "Deus me livre, torço para qualquer um, menos pela Espanha". E eu fiquei com essa frase durante um tempo na minha cabeça... Porque pra mim é algo tão natural adorar esse país e essa cidade que eu até me pergunto "mas como assim ela não gosta da Espanha?!".

Mas claro, a minha maneira de enxergar Barcelona é mediada por uma série de fatores. Eu vim para cá para estudar, eu moro bem, eu tenho dinheiro para me divertir sempre e quando eu quiser, eu viajo para outros países todos os meses, eu tenho tempo para curtir as coisas boas da cidade, enfim, eu estou em uma situação de estudante, em uma condição privilegiada. Mas imagina se eu tivesse aqui fazendo faxina, morando longe para poder pagar mais barato pelo aluguel, tendo que economizar e deixar de fazer várias coisas divertidas, tendo que aguentar abuso de dona de casa catalana... Certamente o meu olhar sobre Barcelona e sobre a Espanha seria outro.

E desde então eu fico me perguntando sobre o que pensam todos esses migrantes que eu vejo nas ruas... Porque somos muitos migrantes aqui! Será que eles gostam? Será que estão aqui por falta de opção? Será que torceram ou não pela Espanha na Copa? Será... Meu trabalho de campo com jovens migrantes (e suas relações de interculturalidade e cidadania) começa em setembro e eu confesso que a frase da Meyre me deu ainda mais vontade e curiosidade de saber o que essa juventude pensa.

Comidinhas práticas...

Olha, se existe algo que vai me deixar muita saudade quando eu não tiver mais morando em Barcelona são as comidas prontas daqui da Espanha. Tem cada coisa deliciosa e prática pra você comer que só fica com fome quem quiser. Tem umas saladas que eu compro que são maravilhosas... atum, frango, camarão, kani, batata com ovos, salada russa, salada de macarrão... E custam 1 euro e pouco!!! Isso mesmo, um potinho individual custa esse valor. Não sei como vou viver sem minhas saladas... Fora as massas... Tem um canelone de carne que é uma coisa estupenda de tão bom... e custa 1,99. Folhas e hortaliças já cortadas e limpas, frango assado pronto, sanduíches de todos os tipos, é tanta variedade que faz qualquer cristão ficar doido no supermercado. Óbvio que eu sei que no Brasil também tem comida congelada e pronta para vender no supermercado, mas elas nem são tão boas e são muuuuuuuito mais caras. Cada salada dessas que eu compro por 1 euro e pouquinho em Fortaleza custaria uns 5, 7 reais. Mesmo convertendo ainda sairia mais do que o dobro. Os sanduíches, que custam 1 euro, eu comprava de 4, 5 reais no Bourbon de São Leopoldo/RS, quando morava lá. Enfim, eu sei é que é uma dificuldade manter-se magro com tantas opções de comidas prontas e com preços tão convidativos... O negócio é fechar os olhos no supermercado e ir direto para as folhas e hortaliças... Hehehehehe.

Las vacaciones...

Tem umas coisas que só acontecem aqui na Espanha, é sério... Ou você imagina algum outro lugar do mundo no qual as farmácias fecham porque estão de férias?! Óbvio que não! Isso só acontece aqui. Eu já tinha ficado chocado quando na Páscoa, no Sábado de Aleluia, em Nuévalos, eu vi um recado pregado na porta do posto de saúde, dando o celular do médico plantonista e informando que se alguém precisasse dele que o chamasse por telefone. Daí hoje tive o segundo choque: fui à farmácia e lá estava o recado na porta "férias do dia 9 ao dia 29 de agosto". COMO É QUE PODE?! Será que eles nunca ouviram falar em escala de férias?! Em um mês a farmacêutica tira férias e eles contratam outra pelo período (já que, pelo que eu saiba, toda farmácia tem que ter, obrigatoriamente, um farmacêutico), em outro mês o vendedor, em outro o caixa, em outro o outro vendedor e assim vai... Precisa tirar todo mundo ao mesmo tempo e fechar o estabelecimento?! E a comunidade, como é que fica?! Se tiver precisando de um remédio com urgência a pessoa morre, né?! Pois hoje eu voltei irado pra casa sem a pomada da qual estava precisando... Eu sei que é cultural, sei que aqui as férias são em agosto e que talvez não tenha graça "salir de vacaciones" em outro período do ano... Respeito a diversidade, mas não sou obrigado a gostar de chegar na farmácia em plena manhã de sábado e ver as portas trancadas.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tossa de Mar

Domingo fiz um passeio super divertido por aqui. Fui com uns amigos até Tossa de Mar, uma praia na Costa Brava, aqui mesmo na Catalunya, distante 1 hora e meia de Barcelona. Pegamos o ônibus de manhã e em torno de 11:30 estávamos lá. O trajeto, por si só, já é instigante, pois da estrada tem-se uma vista linda do mar, daquele azulzão do Mediterrâneo. Ônibus LOTADO, cheio de gente querendo aproveitar o verão nas praias das redondezas.

Quando chegamos lá, o primeiro impacto: a praia estava lotada! Mas assim, lotada de um jeito que a gente não fazia idéia de onde iríamos nos instalar... Após ficarmos um pedacinho espremidos na areia (que na verdade é uma areia bem diferente, mas isso eu já falei em outro tópico!), resolvemos erguer acampamento nos rochedos. Foi ótimo, pois assim ficávamos mais perto do mar e, inclusive, poderíamos ficar pegando as bebidas em nosso isopor com mais facilidade. Foi uma farofada em alto estilo! Tinha farofa com galinha, batatinhas, cheetos, sanduíches, sucos, cervejas, refrigerantes... De fome ninguém ia morrer!

Vocês não fazem idéia da transparência do mar... Era uma coisa indescritível de tão bonita! A gente via as rochas e ficava tomando cuidado para não bater nelas, porque elas pareciam super próximas. Mas que nada, em pé não as alcançávamos, pois elas estavam lá embaixo. Mas é que a água é tão transparente que o que está lá no fundo parece que está bem próximo da superfície. Foi um banho de mar delicioso... A água é gelada, de fato (e olha que estamos no verão... imagina essa água em outros meses do ano!), mas depois que você entra o corpo acaba se acostumando.

O legal da praia, além desse mar, das montanhas e de toda a beleza ao redor, é que nela tem um castelo! Isso mesmo, um castelo, construído pelos romanos na época das invasões, um castelo desses de guarda, com muralhas, canhões... Vale muito a pena um passeio por ele, e dele tem-se umas vistas maravilhosas da praia e das montanhas. Fora o fato surreal de você saber que está andando em um castelo medieval!

Lugares lindos, companhias ótimas e divertidas, farofada deliciosa... Foi um domingo de primeira qualidade!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Barcelona em agosto

O mês de agosto aqui em Barcelona é um pouco estranho para quem vem do Brasil... Para eles é o mês de férias, enquanto para nós as férias do meio do ano são em julho, desde que nos entendemos por gente. Agosto é justamente o chatíssimo mês de volta às aulas. Aqui não! Em agosto muita coisa deixa de funcionar. A biblioteca do bairro, por exemplo, onde imprimo os meus textos e outro materiais de estudo, está durante todo o mês fechada. A universidade, então, essa desde final de julho que não abre as portas. Ginásios públicos também fecham nas férias. Mas o que me impressiona é que outras coisas não institucionais também fechem ou funcionem de forma restrita nesse período. Hoje fui comprar crédito para o meu celular (isso é uma longa história... para resumir: eu esqueci meu celular na Irlanda e tive que comprar outro aqui. Daí esse que comprei, sabe-se lá porque cargas d'água, não aceita que eu compre créditos ligando dele mesmo ou pela internet, e a falta de tempo tem me impossibilitade de ir na loja saber que palhaçada é essa. Então, por enquanto, tenho que me contantar com a prosaica cena de ir à tabacaria aqui pertinho comprar crédito!), mas quando cheguei na tabacaria, em plena 13h do dia, ela estava fechada! Pense numa raiva!!! Daí tinha um maldito recado dizendo que essa semana toda ela estaria fechada, e que a partir da próxima até 31 de agosto ela funcionaria somente até às 13:30.

Mas é muito chato isso da cidade inteira estar em férias e você não... Porque eu sigo aqui dia e noite nos estudos, mesmo com os bonitos cenários de sol lá fora... Sem falar que tudo fica mais caro nessa época... Até a cotação Mc Donald`s acusou que a Mc Oferta está mais cara. A única coisa que segue barata são as roupas das rebajas... Essa semana tirei uma tarde para ir com meus amigos Germana e Túlio fazer umas comprinhas, pois posso não estar de férias, mas sou filho de Deus!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Barraco português

Eu fui super bem recebido em Portugal, e inclusive já dei exemplos em posts anteriores sobre isso. Os portugueses foram super educados comigo, solícitos, receptivos. Mas tinha que aparecer alguém para tentar manchar a imagem deste povo tão gentil na minha memória...

Estava eu nas redondezas do Castelo de São Jorge, mas sem encontrar exatamente o caminho para o dito lugar, quando acho um quiosque, cheio de gente ao redor. Daí eu me aproximo para a senhora que estava dentro dele e pergunto, exatamente desse jeito, sem tirar e nem pôr: "Por favor, a senhora sabe para que lado fica o Castelo de São Jorge?". A mulher se virou para mim com cara de abuso e na maior grosseria me respondeu: "aqui nós dizemos bom dia antes". Olha, meu sangue ferveu, eu comecei a me tremer de raiva. Porque não tem nada no mundo que me faça perder mais o controle do que alguém ser grosso comigo gratuitamente. Eu falei de uma forma super educada com a mulher, mas porque não falei "bom dia" antes ela vem me responder daquele jeito?! E agora eu sou obrigado a ler o manual de instruções de como fazer perguntas em Portugal e saber que sempre se começa pelo bom dia?! Fora que em várias outras situações nas 3 cidades em que estive naquele país eu fiz perguntas na rua exatamente da mesma forma e obtive respostas gentis e educadas. O que eu sei é que eu comecei a gritar com essa mulher, a chamei de TODOS os palavrões que vocês possam imaginar (do mais baixo calão!). O quiosque inteiro parou para olhar aquilo. A mulher ficou horrorizada (ela deve ser acostumada a dar a lapada dela em cima dos turistas bestas e eles não responderem nada) comigo. Eu sei que terminei a gritaria dizendo "se você não sabe receber bem o turista eu vou torcer para esse seu quiosque de merda ir à falência". E saí de lá ainda me tremendo de raiva...

É, Daniel Barsi não leva meeeesmo desaforo para casa! Mas continuo achando Portugal um país encantador!