terça-feira, 16 de novembro de 2010

Versailles

Versailles é uma cidadezinha nos arredores de Paris e, claro, é onde localiza-se o famoso palácio. Começo o post assim porque algumas vezes temos a impressão de que o palácio fica "no meio do nada". Pode até ser que um dia aquela região toda fosse desabitada, mas hoje há uma cidade em torno do ponto turístico mais famoso da área. Para chegar até lá tem que pegar um trem em Paris e viajar por cerca de 1 hora. Ou seja, quando se vai preparar um roteiro de viagem à Paris, é bom dedicar um dia inteiro ao palácio, porque é impossível realizar outras atividades nesse mesmo dia.

Quando eu estava lá nos jardins do palácio, vendo de um lado o belíssimo prédio e do outro os espelhos d'água que acompanham o verde do gramado, eu disse para a Luciana: "acho que esse é um dos lugares mais lindos que eu já vi na minha vida". É tudo tão impactante, grandioso e luxuoso que a gente até se sente dentro de um filme... Meio clichê essa frase, mas era assim mesmo que nos sentíamos, porque aquilo tudo não parecia realidade.

Levamos um vinho e um queijo brie e sentamos num baquinho para comer, beber e brindar à nós dois e à realização de tantos sonhos e conquistas. Foi um momento único e muito especial. Andamos por todos os jardins, conhecemos o palácio da Maria Antonieta, os anexos da construção principal... Aquilo alí é um mundo, e as caminhadas entre uma coisa e outra são longas. Mas vendo aquelas paisagens quem se importava de ter que andar?!

O Palácio de Versailles foi a última coisa do dia. Luxo, suntuosidade, riqueza, poder, grandiosidade e todos os outros adjetivos que inspirem superlativos. Tudo alí era super. A cada novo aposento mais um impacto... seja pela visão de um tapete, ou um quadro, uma mobília, ou quem sabe um lustre... Sempre tinha algo a nos tocar, a nos fazer perder a respiração por alguns segundos, tontos com todas aquelas visões.

Voltamos mortos para casa, cansados fisica e mentalmente. Foi muita visão e informação para um dia só. Nossa passagem pela França terminava com chave de ouro.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Paris

Bem, eu já ouvi alguns comentários dizendo que Paris é meio decepcionante (porque você espera muito dela), que não é tão bonita assim, que os franceses são grossos, que isso e que aquilo outro. Eu não sei se pelo fato de eu estar com a Luciana, de os dias em que estivemos na capital francesa terem sido muito bonitos (apesar de frios), de estarmos muito bem acomodados e localizados na casa do Leonardo (amigo da Lu, que saiu de casa e foi para a casa da namorada para deixar-nos completamente à vontade), o que eu posso afirmar com convicção é que estar em Paris foi a realização de um grande sonho. E eu e Luciana saímos apaixonados pela cidade!

Paris deve ter lá suas partes feias, mas, sinceramente, nós não passamos por elas, porque tudo o que vimos era lindo e magnífico. No dia em que fomos à Torre Eiffel fazia um sol tão lindo que pudemos aproveitar com intensidade nossa subida ao topo. Que vista era aquela?!

Fizemos tudo o que tínhamos direito e conhecemos muita coisa... Praticamente conseguimos fazer todo o roteiro proposto, o que foi uma vitória, pois cidades como Paris são impossíveis de serem realmente conhecidas por completo em uma só visita. A Notre Dame é uma coisa linda, os jardins de Luxemburgo são esplendorosos, o passeio de barco pelo Sena foi indescritível, a caminhada pela Champs-Élysées foi cinematográfica, enfim, tudo foi muito bem vivido e aproveitado. Foram dias bem cansativos (acordávamos por volta de sete da manhã e íamos dormir por volta de 1 da madrugada), mas o nosso propósito era conhecer o máximo de coisas que fosse possível. E nosso objetivo foi atingido!

Mas talvez a visita ao Louvre mereça um destaque nesse breve relato... Primeiro porque andamos feito uns loucos ali... Olha, eu sabia que o Louvre era enorme, mas não fazia idéia do tamanho de fato. Aliás, ninguém que não o conheça pessoalmente vai ter noção do quão grande é aquele museu. Ver a Monalisa, a Vênus de Milo, o Código de Hamurabi, dentre outras obras que povoam nossos imaginários desde que nos conhecemos por gente, é algo que não dá para explicar em um simples texto de blog. A pobrezinha da Lu saiu carregada por mim do museu, tamanha era a dor nos seus pezinhos lindos... Mas fomos embora de lá realizados, extasiados com tamanha oportunidade de vivenciar tudo aquilo.

Coroamos nossa estadia na cidade-luz colocando un cadeado com os nossos nomes na Pont Des Arts, e depois jogando as chaves no fundo do Sena. Quem faz esse ritual não se separa nunca mais. Tenho certeza de que voltaremos muitas vezes à Paris para visitar nosso cadeado e aproveitar todas coisas que a cidade sempre terá a nos oferecer.

O que não gostamos de Paris: o metrô... depois de andar no de Barcelona é bem chocante andar nos metrôs da capital francesa... velhos, feios, sujos, fedorentos e inseguros. Não nos sentíamos à vontade no metrô... tinha sempre alguém estranho mexendo com as pessoas. Muita gente louca nas estações, mal-encaradas. No metrô de Barcelona nós chegávamos a dormir algumas vezes, de tão seguro que nos sentíamos. Lá em Paris a gente nem piscava o olho!

Alimentação também não é barato em Paris... só para exempleficar. Fomos num bar/lanchonete e pedimos 1 sanduíche, 1 omelete, 1 crepe doce e dois refrigerantes. Por isso pagamos quase 40 euros! E o lugar não era chique. Não tinha vista bonita e nem nada de especial.

Mas nada disso apaga o brilho da cidade, o encantamento que toma conta da gente ao andar por suas ruas, ao ver seus prédios e monumentos, ao inebriar-se com a beleza de seus jardins e ao surpreendermo-nos com a aura de sua atmosfera. Paris, je t'ame.

Ibiza

Ibiza veio meio que por acaso aparecer no nosso roteiro... Luciana sempre mostrou um interesse em conhecer a famosa ilha, mas eu confesso que não era algo que me chamava atenção. Fora que quando eu ia atrás de olhar passagem, só por curiosidade, os preços eram sempre absurdos. Até que um dia a querida Ryanair nos brindou com uma promoção de 50%. A tentação era grande e nós compramos as passagens, sem nem pensar que a passagem é só uma parte da viagem, e que tem outra, que, muitas vezes, sai bem mais cara do que o bilhete de avião. Depois de comprar os tickets e achar um hotel que nos parecia BBB - Bom, Bonito e Barato, deixamos para nos preocupar com os gastos na ilha só quando chegássemos lá. Na verdade a gente tava se achando bem "metido" de estar indo a um lugar de gente rica... Porque a gente pode até ter pinta de high society, mas não passa de pinta... Huhauahuahuahuhauah.

Daria para fazer um post enoooooorme sobre Ibiza, tamanha é a quantidade de coisas que eu tenho para falar de lá. Mas como estou tirando o atrasado, se eu for detalhar demais cada uma das viagens nunca vou conseguir atualizar o blog por inteiro. Então vamos resumir!

Ibiza é muito, muito, muito, muito massa! Eu achava que a ilha bombava pelas famosas festas e pela agitada vida noturna, mas não fazia idéia da beleza das praias. Minha Nossa Senhora, que praias lindas são aquelas?! Sério, quem viu as fotos no Orkut pôde perceber a beleza daquele lugar, a transparência daquela água. Você simplesmente não tem vontade de ir embora mais nunca de lá... É muita beleza junta num só lugar. Mas para chegar a esses paraísos tem que pegar os barcos e sair dos Centros das cidades, porque as praias de frente para as cidades são normais, sem nada de especial, além do fato de você saber que está em IBIZA. Mas basta pegar um dos milhares de serviços de transportes marítimos para se ir a qualquer ponto da ilha. E vale bem mais a pena do que ir de táxi ou de busão, porque, além do visual lindo, é bem mais rápido, já que a ilha é enoooorme. As praias são PARADISÍACAS!!!

A vida noturna faz jus à fama... Impressionante em plenas noites de semana a cidade exibir-se como se fosse um sábado! Em uma noite ficamos passeando por alguns barzinhos até fixarmo-nos em um bar/boate super divertido. E na segunda noite, que escolhemos para "estourar a boca do balão", fomos à Privilege, uma mega boate, com uma puta estrutura. Ninguém faz noção daquilo alí... Só estando lá para saber! E o melhor, de graça! Sim, como o nosso hotel tinha uma média de idade dos hóspedes em torno dos 25 anos, acho que as baladas o escolhem para chamar o povo jovem, bonito e cheio de disposição, pois quando acordamos tinham enfiado por baixo da porta as pulseiras para entrarmos na boate até a 1 da manhã. Pois lá fomos nós, de graça para uma festa ducaralho! Mas claro, chegando lá confirmamos o que já esperávamos: a coisa mais barata no cardápio era uma água, ao simbólico valor de 8 euros! Hehehehe.

Mas tirando isso das bebidas na boate (algo pelo que já aguardávamos e não foi nenhuma surpresa), a cidade adapta-se ao bolso de cada um. Dá para ir à ilha e fazer uma viagem milionária. E dá para ir à ilha fazendo tudo, passeando demais, comendo bem e podendo voltar pra casa sem precisar vender nenhuma córnea para pagar os gastos. Ou seja, tem de tudo na cidade!

Recomendo demais uma viagem à Ibiza, de preferência no esquema que fizemos, indo na última semana da temporada (meio de setembro), porque a cidade ainda está bombando, mas os preços já devem ter caído um pouco e as coisas estão mais tranquilas... Estar alí em julho e, principalmente, em agosto deve ser um inferno. Não deve dar para mover-se na rua de tanta gente que deve estar por lá. Enfim, foi uma das surpresas mais legais dos últimos tempos, pois não passava pela minha cabeça que eu ia adorar tanto essa viagem. Fora que poder compartilhar de tudo isso com a Lu foi fora de série, né... Ibiza + amor = recomendo!

Barcelona com a Lu

Poderia uma cidade tão linda e encantadora quanto Barcelona ficar ainda melhor?! Sim... a cidade ganhou um colorido a mais para mim durante os dias em que a Luciana esteve aqui. A temporada com ela foi realmente maravilhosa e inesquecível. Quando a gente espera muito por uma coisa e faz muitos planos relacionados a algo é comum se decepcionar, mas nesse caso o sonho materializou-se ainda melhor do que quando foi sonhado...

Foi indescritível poder dividir com ela a beleza dos lugares, mostrá-la as coisas legais da cidade, levá-la aos espaços que me agradam, apresentar meus amigos, enfim, poder dividir com ela as coisas que eu faço sozinho ou na companhia de outras pessoas, mas que não tem tanta graça quanto quando estou em sua companhia.

Passeamos muito, matamos as saudades, rimos, nos divertimos, falamos besteira e percebemos claramente que distância nenhuma, por mais difícil que seja, apaga ou diminui o que temos em nosso coração, o que sentimos um pelo outro. Quando estávamos juntos é como se nunca tivéssemos nos separado...

Vai um agradecimento especial aos queridos amigos Germana e Túlio, que tiveram tanto carinho e atenção com a Lu. Foi muito bom fazer passeios de casal com vocês e deixar um pouquinho de ser vela, né?! Hahahaha. A Gê, além de tudo, ainda acompanhou a Lu algumas vezes nas compras enquanto eu estava em reuniões.

Enfim, foram dias que ficarão eternamente gravados nas nossas memórias e nos nossos corações!

De volta...

Olá, pessoal!!!

Estou de volta ao blog... Depois de mais de dois meses sem passar por aqui resolvi que já tava na hora de "tirar o atrasado" e contar as novidades dos últimos tempos aos meus queridos leitores. Foi acumulando tanta coisa que eu até pensei em desistir dele, vocês acreditam?! Mas depois eu pensei nos registros e na memória desse ano tão especial na minha vida e, claro, lembrei das pessoas que lêem o que escrevo aqui e que torcem por mim. Então, o bom filho a casa retorna!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cordialidade catalana

Os brasileiros aqui costumam reclamar bastante do "abuso" catalão, especialmente dos atendentes, sejam de lojas, farmácias, correios, etc. Eu confesso que nunca havia tido nenhum tipo de problema com relação a isso. Tudo bem que sempre achei que eles não fossem as pessoas mais doces e receptivas do mundo (a maioria, mas não dá para generalizar), mas nunca haviam sido desagradáveis especificamente comigo. Quando eu chegava nas lojas ou restaurantes, por exemplo, era atendido corretamente, mas sem qualquer amabilidade. Pois eis que um dia desses estava eu na La Central, que é uma das livrarias mais famosas daqui, e pedi ao vendedor para ele olhar 3 livros pra mim e anotar o preço ao lado. Entreguei um papel com os 3 livros anotados, com nome de autor, editora, ano de publicação, tudo. Pois vocês acreditam que ele começou a olhar e, de repente (deve ter baixado a preguiça nele), se virou para mim e disse "olha, tem na internet essas informações" e me entregou o papel. Eu respirei fundo e disse "tudo bem, eu vou em outra livraria onde tenha uma pessoa melhor capacitada para atender os clientes". Virei-me e saí, puto da vida. Como eu não tava afim de barraco naquele dia não fiz nada, mas bem que depois eu fiquei pensando "devia ter chamado o gerente". Catalão fí de uma égua. Mas também não vou deixar que uma grosseria de um único catalão suje a imagem deles para mim. Além disso, o fato do catalão ser ou nao amável não faz diferença, pois em uma cidade multicultural e cheia de gente do mundo todo como Barcelona o "nativo" acaba até sendo minoria.

Dia do Brasil

Domingo foi comemorado o "Dia do Brasil em Barcelona", promovido por algumas instituições latino-americanas e, principalmente, pelo esforço e voluntariado de algumas pessoas. Foi um dia muito bonito e foi bem gostoso ver todos aqueles brasileiros na praia, reunidos, confraternizando ou apenas compartilhando daquela sensação. Tivemos música brasileira e catalana, como parte do objetivo da festa de integrar brasileiros e catalãos. E, podem acreditar, tinha muita gente daqui de Barcelona curtindo a nossa festa. Cantamos o hino completo (glória ao pai que não era a Vanusa a encarregada de puxar o coro!), e foi bem emocionante ver e viver aquela cena. Claro que nem tudo foi perfeito, porque talvez a organização do evento não esperava tanta gente e acabou não se preparando bem. Filas gigantescas e cerveja quente logo no início da festa (ainda bem que depois liberaram a entrada dos vendedores ambulantes) marcaram negativamente o dia. A feijoada, que eu saí de casa desejando comer, estragou, segundo os comentários do povo. Comi duas coxinhas de galinha com guaraná Antarctica, o que matou moderadamente o meu desejo de comida brasileira, apesar da coxinha não estar boa. Quando anoiteceu começou um samba/pagode bem animadinho e rolou até ligação pra noiva na hora em que escutei "morena tropicana", que é a cara dela!

Enfim, a estrutura da festa deixou bastante a desejar, mas Germana, Túlio e Pedro só faltaram me matar de rir, então o saldo do dia foi mais do que positivo!

Não é possível...

Olha, hoje eu só não jurei pra mim que eu nunca mais poria os meus pés no Lidl (o supermercado) porque ele fica muito perto daqui de casa, e eu sei que invariavelmente eu vou acabar lá mesmo pra fazer as compras da semana. Mas vontade de fazer essa promessa não me faltou. Simplesmente hoje não tinha NADA lá! Sabe nada?! Sabe um monte de prateleira vazia?! Pois é, assim era o Lidl hoje, em plena sexta-feira, dia que 90% da população passa no supermercado para comprar coisas para o final de semana. E eu fui cedo, antes do povo sair do trabalho, então eu sei que não estavam faltando os produtos porque todo mundo já havia passado lá antes de mim, mas porque eles não se prepararam para as demandas dos clientes. Aposto como já abriram as portas hoje com as coisas faltando, tamanha é a incompetência do supermercado. Hoje não tinha a carne que eu costumo comprar, não tinha as saladas, não tinha os canelones, não tinha umas comidinhas alemãs que eu gosto, não tinha porra nenhuma naquela bosta. Logo no final de semana em que a Luciana vai chegar... Vou ter que ir no Carrefour amanhã fazer as compras, porque hoje eu não consegui comprar nada. Sorte do Lidl que ele é muito, muito, muito barato, porque se não fosse assim eu duvido que algum cidadão nessa cidade colocasse os pés ali.

A metade do caminho

Hoje faz seis meses que estou em Barcelona. Nunca estive tanto tempo fora do Brasil, nunca estive tanto tempo sem ver meus pais, minha noiva, minha irmã, meus sobrinhos e meus amigos. Mas, mesmo com todas essas ausências, esses seis meses foram muito, muito especiais na minha vida. Eu costumo dizer que essa experiência aqui é como um intensivo de vida. Você aprende em alguns meses o que nunca havia aprendido antes. É um intensivo de aprendizagem, de conhecimento, de cultura, de tolerância, de tantas coisas... Desde que cheguei aqui tantas coisas aconteceram já... a língua que pegou o ritmo, as amizades construídas, os lugares visitados, os artigos apresentados, os livros lidos, enfim, um mundo de coisas descobertas. Mas eu acho que ainda tenho tanto a aprender, tanto a conhecer... Que venham novas amizades, novos livros, novos congressos, novas cidades, enfim, que venham muitas outras coisas. O melhor desse meu balanço de seis meses é saber que tudo aqui superou as minhas expectativas e que eu tenho feito tudo o que me propus fazer antes de chegar aqui. E que os próximos seis meses sejam tão produtivos acadêmica e experiencialmente como esses que completo hoje. Estar em Barcelona tem sido, cotidianamente, a realização de um grande sonho.

Senhor Benito

Logo que cheguei aqui a Othita fez um almoço para uns amigos dela, que eu até comentei em uma das primeiras postagens desse blog. Os convidados eram o Sr. Benito, sua esposa (de quem eu não recordo o nome) e o filho do casal, o Javier. Sobre o almoço delicioso eu já comentei no post de março. O que eu não falei foi que a senhora tem alzheimer e eu fiquei muito comovido e emocionado com a maneira com a qual marido e filho cuidavam da esposa/mãe. Eles eram de uma dedicação tão grande... davam comida na boca dela, limpavam cuidadosamente os lábios da senhora, com todo o capricho, insistiam carinhosamente para que ela comesse mais, enfim, estavam o tempo todo preocupados com o bem-estar dela. O senhor Benito foi muito receptivo comigo, naquele que foi um dos meus primeiros almoços "em família" aqui na Espanha. Perguntava-me sobre o Brasil, falava (bem) do Lula, interessava-se pelo que eu tinha vindo fazer aqui em Barcelona... Nesse tempo todo em que estou aqui atendi algumas vezes telefonemas dele para a Othita. Há alguns meses Othita me disse que o Sr. Benito estava com câncer e antes de ontem ela me falou que ele havia acabado de falecer. Conheço tão pouco o Sr. Benito... mas, de algum modo, ele faz parte da minha vida aqui na Espanha, ele marcou, positivamente, a minha chegada aqui. E, mesmo que ele não faça parte do meu círculo de amizades aqui, eu senti muito a morte dele. Puxa, foi tão rápido... Há menos de seis meses o Sr. Benito estava forte e saudável. Poderia até já estar doente e não saber, mas a impressão que tínhamos dele era a de um homem com saúde. E agora ele não está mais entre nós. Nunca mais vou atender o telefone e ver no bina escrito "Sr. Benito"... Que triste.

domingo, 5 de setembro de 2010

Sonho que se sonha junto...

Desde quando começamos o nosso relacionamento (há exatos 2 anos e sete meses, comemorados hoje!) eu e Luciana temos nos especializado em realizar sonhos. Somos dois sonhadores, e lutamos juntos para concretizar cada um deles. Para nós, que temos um relacionamento que é mantido, muitas vezes, à distância, muita coisa – que para outros casais é rotina – acaba se tornando um sonho. O simples estar junto, por exemplo, é comemorado e vivido com uma intensidade e uma felicidade ímpares. Foi realizando sonhos que em dois anos a Luciana esteve cinco vezes no Rio Grande do Sul, foi realizando sonhos que nos vimos em que todos os meses do ano passado (menos em agosto), foi realizando sonhos que sempre estivemos juntos nos momentos mais importantes (aniversários, natal, reveillon...). Cada momento é esperado e vivido por nós como a realização de um sonho, e é sonhando que queremos continuar as nossas vidas.

E vai ser exatamente daqui a uma semana, domingo, dia 12 de setembro, às 11:55 da manhã, quando o vôo da TAP tocar o solo catalão, que estaremos realizando o maior dos nossos sonhos até agora. Sonho que nasceu antes mesmo de eu me mudar para Barcelona, que se revigorou quando eu já estava aqui e que se corporificou no dia 11 de maio, quando a passagem foi comprada (como esquecer do telefonema que recebi naquela tarde: “amor, comprei a passagem!”...).

Mesmo que fosse para ficarmos todos os dias em Barcelona já seria a realização de um sonho, mas quisemos sonhar ainda mais... Então vieram os planos, os roteiros, as dicas dos amigos, as buscas em sites de viagens... Mais sonhos envolvendo esse momento tão aguardado. Paris, ahhh Paris... Estar na cidade-luz, por si só, já é um presente de Deus, mas estar nela com a mulher da sua vida é algo que não dá para explicar! E Roma... beber água na Fontana di Trevi e eternizar o nosso amor... Benzer as nossas alianças no Vaticano, e ter as graças Dele derramadas sobre nós dois! E quando já estávamos nas nuvens eis que ainda surge mais uma oportunidade de desfrutar e aproveitar intensamente a vida... Ahhh Ibiza... pode nos aguardar em suas águas belas e transparentes!

Eu materializo detalhadamente em minha mente todos os momentos que vão se suceder depois que a Luciana sair pela porta do desembarque, tintin por tintin. A emoção indescritível de ver seu rostinho lindo, o abraço, o beijo. Tocar sua pele, dar um cheiro naquele pescocinho lindo e sentir o cheirinho mais cheiroso de todo o mundo. Implicar com ela por alguma coisa e ver e ouvir sua risada. E iniciar, finalmente, a concretização de tudo o que planejamos desde maio.

Muito obrigado a todos que torceram e vibraram conosco em todos esses meses de preparativos! E muito obrigado a você, meu amor, por fazer de tudo para estar comigo, sempre, seja lá onde eu estiver! Falta pouco, muito pouco para o nosso sonho começar a se realizar...

Amo você!

Dan.

sábado, 4 de setembro de 2010

O corpo lá e aqui

Aqui eu praticamente não espirro e meu nariz não fica escorrendo. Aqui eu não tenho crise respiratória alérgica. Aqui meu intestino funciona relativamente bem (e eu nem preciso de Activia... kkkkkkkkkk). Aqui a minha dermatite fica sempre controlada e meu rosto não fica com pataca vermelha. Em compensação foi aqui que tive a pior crise de garganta da minha vida, por conta das mudanças de temperatura. E foi aqui que uma maldita alga queimou meu braço e agora, decorrido 1 mês do episódio, é que a mancha está saindo... Mas meu corpo funciona melhor aqui, isso é um fato.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O que argumentar?

Estava eu em uma lojinha de souvenir em Amsterdam, falando português com o Luciano, quando a vendedora me perguntou, em inglês, se eu era brasileiro. Daí eu respondi afirmativamente, no que ela emendou "ah, já estive no Rio!". Eu perguntei se ela tinha gostado e ela disse que sim, que era um lugar maravilhoso, e completou, dizendo "pena que é tão perigoso". Na hora eu fiquei pê da vida, afinal eu posso falar mal do meu país, mas não gosto que nenhuma outra pessoa que não seja de lá fale. Tentei argumentar, relativizando "ah, também não é assim, há um pouco de exagero", mas a moça disse "é assim, sim. é um lugar lindo, mas nos sentimos inseguros lá". Daí eu pensei... "é, não dá para discutir se ela tem razão". E saí da loja com o rabo entre as pernas. Logo eu, que não levo desaforo pra casa. Mas não sou estúpido de me posicionar contra uma coisa que é tão clara. Ah, Rio, você me paga por isso...

Por amor aos aviões...

Estava eu andando por Schiphol, o majestoso e belo aeroporto de Amsterdam, quando li nas placas indicativas: "terraço panorâmico". Meus olhos brilharam feito os de uma criança de frente para o melhor presente do mundo. Em questão de segundos estava eu lá, completamente fascinado com a vista mais do que inacreditável! Parecia até um sonho estar de frente para aqueles 747, 777, 767, A330, A340... um ao lado do outro. Aquela vista inebriante dos jumbos da KLM pousando e decolando... Poderia passar horas, dias desfrutando daquele cenário, não fosse um detalhe: chovia torrencialmente em Schiphol... Mas daquelas chuvas que só faltam levar você. Claro que eu estava com guarda-chuva, mas naquela situação ele não fazia diferença. Quando dei por mim estava com as calças ensopadas do joelho pra baixo, tênis molhado, casaco molhado, mochila molhada (com o cartão de embarque molhado!), enfim, parecia que eu tinha caído dentro da piscina. Desci para o aeroporto, todo molhado, mas feliz. Por amor aos aviões eu faria tudo de novo!

Eurocêntrico...

Vou confessar uma coisa a vocês... tô tão eurocêntrico nos últimos tempos... achando que só a Europa bomba e que só vale a pena viajar pra cá! Mas deve ser uma fase, passa já... Huahuahauahuhaua.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Rotterdam

Uma das coisas bacanas nessa viagem à Holanda foi ter podido visitar duas cidades tão diferentes como Amsterdam e Rotterdam. E tão próximas geograficamente! Depois de 1 hora de viagem de trem chegamos à "modernosa" Rotterdam.

Rotterdam é um verdadeiro deleite para os fãs de arquitetura e design, mesmo que seja para criticar o gosto dos arquitetos da cidade... Bonitos ou feios, não importa, os prédios da cidade chamam a atenção! Prédios altíssimos, espelhados, entrecortados, com fachadas que piscam, com vidros que imitam texturas de bronze, com tetos que reproduzem torres de castelo, enfim, a criatividade dos estilos não tem fim. O simples caminhar pelas ruas da cidade já é uma grande atração de Rotterdam, pois a cada quarteirão vem uma novidade em termos arquitetônicos!

Em Rotterdam também fomos na Euromast, uma torre altíssima, de onde, do seu topo, tem-se uma vista magnífica da cidade. Sobe-se em um elevador "normal" até uma parte da torre, onde há o primeiro terraço. De lá sobe-se em um elevador panorâmico, com uns bancos para os espectadores sentarem-se. Esse elevador vai subindo e girando, lentamente, para que se possa ter uma visão de 360 graus da cidade. Passeio imperdível e muito divertido!

Mas o grande lance de Rotterdam é conhecer a Cube House, as casas em formato de cubo, criadas pelo arquiteto Piet Blom, em 1984. Trata-se de um condomínio no qual as casas têm formato de cubo. Mas em vez de no chão estar uma das superfícies do cubo, como seria de se supor, o que toca o solo é uma das pontas!!! Isso mesmo! E o mais louco de tudo é que é um condomínio "de verdade", as pessoas moram mesmo lá. Não é daquelas obras só "para mostrar" não... Um dos proprietários cobra 2,50 euros para quem quiser conhecer a casa por dentro e é óbvio que eu fui lá conferir a loucura de perto. É algo meio surreal... Não é desconfortável, mas é estranho... As escadas são horríveis, daquelas que ficam quase na vertical. Em alguns momentos é bom tomar muito cuidado para não bater a cabeça no teto! KKKKKKKK. A casa que visitamos tinha um quarto, um escritório, um banheiro, sala, cozinha e um terraço, lá no último andar. Por mais que eu descreva aqui não dá para se ter uma noção exata do que é a Cube House no cenário de Rotterdam, só visitando mesmo para conseguir entender!

Terminar o dia com um delicioso sorvete de creme misturado com pedaços de morango, cereja e chocolate, a caminho da estação, fechou com chave de ouro nossa passagem por essa cidade moderna e vibrante que é Rotterdam!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Amsterdam

Tá ficando meio repetitiva essa história de eu chegar aqui no blog e falar que tal viagem foi maravilhosa e que tal lugar é lindo... Mas o que diabos eu posso fazer se tudo o que tenho conhecido até agora tem sido, de fato, maravilhoso?! Com Amsterdam não poderia ter sido diferente... A viagem foi sensacional e indescritível.

Vou começar o post dizendo que Amsterdam é a cidade mais linda em que já estive na vida. Sinto muito, Praga, mas você perdeu o posto de "a mais bela". Cidades cortadas por rios e pontes me encantam, e Amsterdam é um verdadeiro paraíso com todos aqueles canais, pontes, jardins, parques, bicicletas. A arquitetura dos prédios é muito linda, e o reflexo das construções e das árvores nos canais é uma coisa muito bonita.

Amsterdam tem as bicicletas, os milhares de barcos, as casas-barcos, o Museu Van Gogh, a casa da Anne Frank (que também virou museu), a Red Light, o Vondel Park, os barzinhos na beira do canal, a liberdade das pessoas, enfim, é uma cidade ímpar! Alugamos, eu e Luciano (meu fiel companheiro de viagens!) uma bicicleta e saímos pedalando pela cidade, sem destino, sem mapa, sem lenço e nem documento. Foi um passeio muito legal esse de sair simplesmente ao sabor do acaso, pedalando por onde as belezas iam nos chamando.

Outra coisa interessantíssima de Amsterdam é que lá não tem metrô (claro, com os canais fica impossível). Então você o tempo todo anda pela cidade pela superfície. Não se perde nada da cidade deslocando-se de metrô, como comumente fazemos, então a impressão que fica é a de apropriação mesmo, de sentir-se parte da cidade, de integrá-la ao seu repertório. Talvez eu conheça mais Amsterdam do que as outras cidades que visitei, porque em Amsterdam o tempo todo estive vendo a cidade, já que não peguei um metrô sequer. Lá os deslocamentos eram feitos pelos trens de superfície, ou o bom e velho bonde! Mas a maior parte deles eram feitos mesmo era à pé.

Uma coisa que me deixou impressionado foi como carros, motos, bicicletas e pedestres se entendem no espaço urbano... porque é uma verdadeira confusão de meios de transporte e eu ficava só esperando os acidentes. Poderia até se pensar "ah, mas todos dirigem com cuidado", mas nada disso... Carros andam em velocidade alta, bicicletas e motos tiram verdadeiros finos dos pedestres, pedestres andam no meio da rua, enfim, é um loucura generalizada, mas que eu imagino que eles já interiorizaram, porque não vi um incidente sequer. Mas quando eu estava fazendo o passeio de barco pelos canais (passeio imperdível, que for à cidade não pode deixar de fazê-lo!) eu ficava pensando "nossa, mas como isso pode dar certo?! Esse monte de barco e não dá nenhuma confusão?!" Pois num é que deu?! Simplesmente teve uma hora que "engarrafou" tudo!!! Nenhum barco ia pra frente e nem ia pra trás! KKKKKKKKKKK. Daí foi preciso que cada um, calmamente, fosse fazendo manobras e mais manobras, com toda a paciência do mundo, para que o canal fosse "desafogando" e os barcos pudessem voltar às suas trajetórias.

Enfim, Amsterdam está no topo! E estar no topo depois de tantas cidades lindas visitadas é uma honra e tanto!

De volta...

Nossa, passei 16 dias sem postar nada aqui... É que nesse intervalo teve viagem e muito estudo, daí o tempo ficou escasso. Mas estou aproveitando que dona Luciana Leitão ainda não deu as caras na internet para falar comigo para colocar o blog em dia!

domingo, 15 de agosto de 2010

Centésima postagem

Para quem nunca foi fã de blog - nem para ler e muito menos para escrever - eu não imaginava que esse espaço fosse chegar ao centésimo post... Achava que depois de umas duas semanas aqui em Barcelona eu iria enjoar desse negócio de escrever contando as coisas daqui. Mas eis que hoje completo e comemoro a centésima postagem. E isso graças a todos vocês que lêem as minhas novidades e me incentivam a continuar postando aqui as aventuras da minha vida na Espanha e na Europa.

Esse blog, desde o início, não tem forma e nem segue nenhuma cartilha ou receita. Não é para contar só sobre as coisas de Barcelona, pois eu também falo das minhas viagens pela Europa. Não é um blog de viagens, pois eu também falo coisas do meu cotidiano aqui. Não é um blog só sobre a Europa, pois eu também falo de pessoas e coisas do Brasil. E não é, de jeito nenhum, um blog científico. Não espere encontrar aqui erudição e linguagem acadêmica. Quem quiser esse tipo de material vá lá no meu Currículo Lattes e escolha algum dos meus artigos, capítulos de livros, projetos e outras publicações (essas sim acadêmicas) para ler. Eu adoro o meu trabalho, mas devo confessar que acho um saco esses blogs pseudo-intelectuais, com frases de efeito pseudo-eruditas dessa galera da academia que acha que porque é ou vai ser "dotô" tem que "falar bonito" sempre, seja em uma palestra ou seja com a namorada na cama.

Também não me policio para postar todos os dias, porque esse espaço para mim funciona como uma diversão, e não como uma obrigação. Posto sempre que tenho vontade, sempre que acho que tenho algo de interessante para compartilhar. E falo de tudo, desde interculturalidade até sobre comida de supermercado, sem medo de falar besteira, sem receio do que as pessoas vão pensar de mim ao ler o que eu escrevo. Como comunicador social, comunicólogo e pesquisador é óbvio que eu sei que não se pode falar tudo o que dá na veneta, mas também não banco aqui o politicamente correto, daqueles que pensa 55 vezes antes de escrever alguma coisa. O blog é MEU e aqui eu falo o que EU quero. Quem não gostar é só não voltar! Também não tenho uma preocupação excessiva com a gramática (eu ODEIO crase, por exemplo!), portanto certamente vários erros de português se exibem nessas "mal traçadas linhas" (hahahaha momento drama!). Enfim, esse espaço não tem rótulos... E eu gosto dele justamente por isso.

Gostaria de agradecer a todos que me acompanham, que eu sei que são muitos. Mas queria agradecer, principalmente, aqueles que, além de ler, comentam os meus posts, me incentivando ainda mais: à Lu, minha noiva linda, que procura participar de tudo da minha vida; e às amigas Flávia e Germana. A Maris também comenta bastante as coisas no blog, mas ultimamente tem estado meio relapsa... Huhauhuahauhauah.

É isso... vamo que vamo que muita coisa ainda vai rolar!

Um abraço a todos,
Daniel (na Espanha!)

Contra a crise...

Desde que cheguei aqui eles não param de futricar no condomínio em que moro... Já mudaram o portão, já mudaram a mureta, já gramaram um monte de coisa (com aquelas gramas que já vêm prontas), já mudaram a iluminação do pátio, já compraram 54 mil jarros e plantas, já fizeram tudo quanto foi de firula. Eu perguntei à Othita se esse negócio não vai terminar mais nunca (parece que agora eles estão mexendo lá na cobertura do prédio, que é onde, pelo menos até agora, as pessoas deixam as roupas para secar) e ela me respondeu que essa "maquiagem" já está em 500 mil euros! Eu fiquei besta, afinal isso aqui não é um condomínio de gente rica, é um lugar onde moram pessoas de classe média que eu acredito que não devam ter dinheiro sobrando para ficar pagando cota extra para besteira de paisagismo (eita que se um arquiteto e urbanista ler isso aqui vai enfartar! kkkkkkkk). Expondo essa minha opinião foi que Othita me explicou que parece que a Generalitat (é tipo a prefeitura daqui) subsidia parte desses valores com obras, para poder empregar a mão de obra da construção civil e ajudar o país a enfrentar a crise. Eu fiquei meio cabreiro com essa informação, sem saber até que ponto isso tem veracidade ou quem disse isso aos ouvidos da Othita está mal informado. Porque haja dinheiro se a Generalitat for tá subsidiando tudo quanto for de reforma nessa cidade... E outra coisa, se é para incentivar o setor, vamos financiar obras de verdade, né?! E não tá ajudando a pagar a conta de algum síndico megalômano que acha que mora no Castelo de Caras!

Fim do verão?!

Ontem à noite eu senti um certo clima de fim de verão... tava friozinho, vento bom no rosto (é uma das coisas que eu mais gosto aqui... andar por essas ruas lindas, sentindo esse vento no rosto, apreciando a paisagem, sem medo de NADA!). E o indício mais forte: escureceu nove e pouco da noite! Até um dia desses tava escurecendo 10 e meia!!!

Olha, se realmente já estamos entrando em clima de outono eu vou dizer que o verão daqui foi muito fraco. Tudo bem que em alguns dias de julho eu só faltei derreter de calor, que eu tive uma irritação no olho por conta de uma "baforada" de ar quente que o ventilador soltou bem em cima dele, que eu nunca tomei tanta água e tanto suco de laranja na minha vida como nos dias mais quentes aqui, mas isso foi da última dezena de junho até a primeira quinzena de agosto. E isso é pouco se levamos em consideração que o verão, oficialmente, dura 4 meses!

Mas por mim "no pasa nada", afinal eu adoro climas amenos, adoro dias nublados (não, eu não sou anormal!)... Só não quero ter que usar casaco logo, pelo amor de Deus!!! Do jeito que tá tá ÓTIMO!

Cada um com a sua Espanha...

Engraçado... como as histórias de vida de cada um faz a sua apropriação da cidade de destino no processo migratório ser distinta. Eita, comecei esse tópico de forma muito profunda... Hahaha. Vou simplificar. Como cada sujeito tem uma forma diferente de ver a cidade onde foi morar (quando sai da sua cidade de origem para ir morar em outro lugar), e como nessa relação estão incluídas uma série de variáveis. Enfim, cada um vê uma Barcelona diferente, cada um que veio de fora morar aqui sente uma cidade distinta.

Certa vez estava eu conversando com a moça que faz faxina aqui em casa, a Meyre. Ela é de Curitiba. Daí uma vez a Meyre me perguntou para quem eu estava torcendo na Copa e eu respondi "ah, já que o Brasil já saiu eu estou torcendo pela Espanha, lógico!". Falei assim como se fosse a coisa mais natural do mundo. Daí ela me respondeu "Deus me livre, torço para qualquer um, menos pela Espanha". E eu fiquei com essa frase durante um tempo na minha cabeça... Porque pra mim é algo tão natural adorar esse país e essa cidade que eu até me pergunto "mas como assim ela não gosta da Espanha?!".

Mas claro, a minha maneira de enxergar Barcelona é mediada por uma série de fatores. Eu vim para cá para estudar, eu moro bem, eu tenho dinheiro para me divertir sempre e quando eu quiser, eu viajo para outros países todos os meses, eu tenho tempo para curtir as coisas boas da cidade, enfim, eu estou em uma situação de estudante, em uma condição privilegiada. Mas imagina se eu tivesse aqui fazendo faxina, morando longe para poder pagar mais barato pelo aluguel, tendo que economizar e deixar de fazer várias coisas divertidas, tendo que aguentar abuso de dona de casa catalana... Certamente o meu olhar sobre Barcelona e sobre a Espanha seria outro.

E desde então eu fico me perguntando sobre o que pensam todos esses migrantes que eu vejo nas ruas... Porque somos muitos migrantes aqui! Será que eles gostam? Será que estão aqui por falta de opção? Será que torceram ou não pela Espanha na Copa? Será... Meu trabalho de campo com jovens migrantes (e suas relações de interculturalidade e cidadania) começa em setembro e eu confesso que a frase da Meyre me deu ainda mais vontade e curiosidade de saber o que essa juventude pensa.

Comidinhas práticas...

Olha, se existe algo que vai me deixar muita saudade quando eu não tiver mais morando em Barcelona são as comidas prontas daqui da Espanha. Tem cada coisa deliciosa e prática pra você comer que só fica com fome quem quiser. Tem umas saladas que eu compro que são maravilhosas... atum, frango, camarão, kani, batata com ovos, salada russa, salada de macarrão... E custam 1 euro e pouco!!! Isso mesmo, um potinho individual custa esse valor. Não sei como vou viver sem minhas saladas... Fora as massas... Tem um canelone de carne que é uma coisa estupenda de tão bom... e custa 1,99. Folhas e hortaliças já cortadas e limpas, frango assado pronto, sanduíches de todos os tipos, é tanta variedade que faz qualquer cristão ficar doido no supermercado. Óbvio que eu sei que no Brasil também tem comida congelada e pronta para vender no supermercado, mas elas nem são tão boas e são muuuuuuuito mais caras. Cada salada dessas que eu compro por 1 euro e pouquinho em Fortaleza custaria uns 5, 7 reais. Mesmo convertendo ainda sairia mais do que o dobro. Os sanduíches, que custam 1 euro, eu comprava de 4, 5 reais no Bourbon de São Leopoldo/RS, quando morava lá. Enfim, eu sei é que é uma dificuldade manter-se magro com tantas opções de comidas prontas e com preços tão convidativos... O negócio é fechar os olhos no supermercado e ir direto para as folhas e hortaliças... Hehehehehe.

Las vacaciones...

Tem umas coisas que só acontecem aqui na Espanha, é sério... Ou você imagina algum outro lugar do mundo no qual as farmácias fecham porque estão de férias?! Óbvio que não! Isso só acontece aqui. Eu já tinha ficado chocado quando na Páscoa, no Sábado de Aleluia, em Nuévalos, eu vi um recado pregado na porta do posto de saúde, dando o celular do médico plantonista e informando que se alguém precisasse dele que o chamasse por telefone. Daí hoje tive o segundo choque: fui à farmácia e lá estava o recado na porta "férias do dia 9 ao dia 29 de agosto". COMO É QUE PODE?! Será que eles nunca ouviram falar em escala de férias?! Em um mês a farmacêutica tira férias e eles contratam outra pelo período (já que, pelo que eu saiba, toda farmácia tem que ter, obrigatoriamente, um farmacêutico), em outro mês o vendedor, em outro o caixa, em outro o outro vendedor e assim vai... Precisa tirar todo mundo ao mesmo tempo e fechar o estabelecimento?! E a comunidade, como é que fica?! Se tiver precisando de um remédio com urgência a pessoa morre, né?! Pois hoje eu voltei irado pra casa sem a pomada da qual estava precisando... Eu sei que é cultural, sei que aqui as férias são em agosto e que talvez não tenha graça "salir de vacaciones" em outro período do ano... Respeito a diversidade, mas não sou obrigado a gostar de chegar na farmácia em plena manhã de sábado e ver as portas trancadas.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tossa de Mar

Domingo fiz um passeio super divertido por aqui. Fui com uns amigos até Tossa de Mar, uma praia na Costa Brava, aqui mesmo na Catalunya, distante 1 hora e meia de Barcelona. Pegamos o ônibus de manhã e em torno de 11:30 estávamos lá. O trajeto, por si só, já é instigante, pois da estrada tem-se uma vista linda do mar, daquele azulzão do Mediterrâneo. Ônibus LOTADO, cheio de gente querendo aproveitar o verão nas praias das redondezas.

Quando chegamos lá, o primeiro impacto: a praia estava lotada! Mas assim, lotada de um jeito que a gente não fazia idéia de onde iríamos nos instalar... Após ficarmos um pedacinho espremidos na areia (que na verdade é uma areia bem diferente, mas isso eu já falei em outro tópico!), resolvemos erguer acampamento nos rochedos. Foi ótimo, pois assim ficávamos mais perto do mar e, inclusive, poderíamos ficar pegando as bebidas em nosso isopor com mais facilidade. Foi uma farofada em alto estilo! Tinha farofa com galinha, batatinhas, cheetos, sanduíches, sucos, cervejas, refrigerantes... De fome ninguém ia morrer!

Vocês não fazem idéia da transparência do mar... Era uma coisa indescritível de tão bonita! A gente via as rochas e ficava tomando cuidado para não bater nelas, porque elas pareciam super próximas. Mas que nada, em pé não as alcançávamos, pois elas estavam lá embaixo. Mas é que a água é tão transparente que o que está lá no fundo parece que está bem próximo da superfície. Foi um banho de mar delicioso... A água é gelada, de fato (e olha que estamos no verão... imagina essa água em outros meses do ano!), mas depois que você entra o corpo acaba se acostumando.

O legal da praia, além desse mar, das montanhas e de toda a beleza ao redor, é que nela tem um castelo! Isso mesmo, um castelo, construído pelos romanos na época das invasões, um castelo desses de guarda, com muralhas, canhões... Vale muito a pena um passeio por ele, e dele tem-se umas vistas maravilhosas da praia e das montanhas. Fora o fato surreal de você saber que está andando em um castelo medieval!

Lugares lindos, companhias ótimas e divertidas, farofada deliciosa... Foi um domingo de primeira qualidade!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Barcelona em agosto

O mês de agosto aqui em Barcelona é um pouco estranho para quem vem do Brasil... Para eles é o mês de férias, enquanto para nós as férias do meio do ano são em julho, desde que nos entendemos por gente. Agosto é justamente o chatíssimo mês de volta às aulas. Aqui não! Em agosto muita coisa deixa de funcionar. A biblioteca do bairro, por exemplo, onde imprimo os meus textos e outro materiais de estudo, está durante todo o mês fechada. A universidade, então, essa desde final de julho que não abre as portas. Ginásios públicos também fecham nas férias. Mas o que me impressiona é que outras coisas não institucionais também fechem ou funcionem de forma restrita nesse período. Hoje fui comprar crédito para o meu celular (isso é uma longa história... para resumir: eu esqueci meu celular na Irlanda e tive que comprar outro aqui. Daí esse que comprei, sabe-se lá porque cargas d'água, não aceita que eu compre créditos ligando dele mesmo ou pela internet, e a falta de tempo tem me impossibilitade de ir na loja saber que palhaçada é essa. Então, por enquanto, tenho que me contantar com a prosaica cena de ir à tabacaria aqui pertinho comprar crédito!), mas quando cheguei na tabacaria, em plena 13h do dia, ela estava fechada! Pense numa raiva!!! Daí tinha um maldito recado dizendo que essa semana toda ela estaria fechada, e que a partir da próxima até 31 de agosto ela funcionaria somente até às 13:30.

Mas é muito chato isso da cidade inteira estar em férias e você não... Porque eu sigo aqui dia e noite nos estudos, mesmo com os bonitos cenários de sol lá fora... Sem falar que tudo fica mais caro nessa época... Até a cotação Mc Donald`s acusou que a Mc Oferta está mais cara. A única coisa que segue barata são as roupas das rebajas... Essa semana tirei uma tarde para ir com meus amigos Germana e Túlio fazer umas comprinhas, pois posso não estar de férias, mas sou filho de Deus!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Barraco português

Eu fui super bem recebido em Portugal, e inclusive já dei exemplos em posts anteriores sobre isso. Os portugueses foram super educados comigo, solícitos, receptivos. Mas tinha que aparecer alguém para tentar manchar a imagem deste povo tão gentil na minha memória...

Estava eu nas redondezas do Castelo de São Jorge, mas sem encontrar exatamente o caminho para o dito lugar, quando acho um quiosque, cheio de gente ao redor. Daí eu me aproximo para a senhora que estava dentro dele e pergunto, exatamente desse jeito, sem tirar e nem pôr: "Por favor, a senhora sabe para que lado fica o Castelo de São Jorge?". A mulher se virou para mim com cara de abuso e na maior grosseria me respondeu: "aqui nós dizemos bom dia antes". Olha, meu sangue ferveu, eu comecei a me tremer de raiva. Porque não tem nada no mundo que me faça perder mais o controle do que alguém ser grosso comigo gratuitamente. Eu falei de uma forma super educada com a mulher, mas porque não falei "bom dia" antes ela vem me responder daquele jeito?! E agora eu sou obrigado a ler o manual de instruções de como fazer perguntas em Portugal e saber que sempre se começa pelo bom dia?! Fora que em várias outras situações nas 3 cidades em que estive naquele país eu fiz perguntas na rua exatamente da mesma forma e obtive respostas gentis e educadas. O que eu sei é que eu comecei a gritar com essa mulher, a chamei de TODOS os palavrões que vocês possam imaginar (do mais baixo calão!). O quiosque inteiro parou para olhar aquilo. A mulher ficou horrorizada (ela deve ser acostumada a dar a lapada dela em cima dos turistas bestas e eles não responderem nada) comigo. Eu sei que terminei a gritaria dizendo "se você não sabe receber bem o turista eu vou torcer para esse seu quiosque de merda ir à falência". E saí de lá ainda me tremendo de raiva...

É, Daniel Barsi não leva meeeesmo desaforo para casa! Mas continuo achando Portugal um país encantador!

sábado, 31 de julho de 2010

Revisitando conceitos... Uma experiência Ryanair!

Bem, dizem que quem não muda de opinião é porque não as tem, né?! Frase bem clichê, mas que ilustra bem o que gostaria de falar agora. Vocês lembram que eu disse que os vôos low cost aqui na Europa eram ótimos, né... E que não havia problema algum em andar neles. Pois bem, após a minha primeira experiência Ryanair eu gostaria de retificar esse post.

Andar num Siqueira-Papicu lotado, em pé, às seis da tarde, no trânsito infernal de Fortaleza, com o povo suado e fedendo ao seu lado tem mais glamour do que andar de Ryanair... Ok, Daniel, não estica. Tá bom, tá bom, não tem mais glamour, tem o mesmo nível!

Minha Nossa Senhora dos Viajantes de Econômica, o que diabos é aquela companhia?!?!?! Olha, me desculpem o palavrão, mas a Ryanair é uma putaria! Ninguém te dá uma informação direito, as filas são enormes e você não sabe bem se está na fila correta, os assentos não são reservados (imaginam a tranquilidade dos passageiros na hora de entrar na aeronave), eles vendem perfumes a bordo, quinquilharia, raspadinhas (isso, você não leu errado, é raspadinha mesmo! Você compra, raspa e vê se ganhou algum prêmio, exatamente como fazia quando tinha 8 anos e comprava raspadinha perto do colégio!). É uma coisa completamente sem-noção! E ah, a cadeira não reclina. Sim, eu sei que Gol e Tam também têm poltronas que reclinam 1 grau, mas sei lá, ainda assim, psicologicamente, você tem a sensação de que reclinou a poltrona e de que vai poder relaxar. Na Ryanair nem botão para abaixar tem! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. E o bocó do Daniel lá, procurando desesperadamente o botão... Huhauhauahuah.

E para viajar de Ryanair você tem que ser esperto... Porque eles vendem a passagem por um preço muito baixo para engabelar o passageiro de outra forma. Chegou no aeroporto sem ter feito o check-in online? Paga uns 40 euros, acho. Não disse no check-in online que ia embarcar mala? Paga uns 40 euros. Se disse que ia viajar com bagagem de mão esqueça a hipótese de viajar com mala de mão e mochila, porque você só entra dentro do avião com 1 volume, então vai ter que socar a mochila dentro da mala, e se não couber vai ter que embarcar a mala e pagar os 40 euros. Mulher tem que colocar a bolsa (isso, a bolsa, onde vai carteira, celular, e todas as outras coisas que uma mulher carrega dentro dela) dentro da mala, porque eles não entendem que uma bolsa é um objeto de uso pessoal, pois para eles é um "volume" de bagagem de mão. Um dos meus companheiros de viagem esqueceu de fazer o check-in online e de dizer que ia embarcar mala e teve que desembolsar a bagatela de 80 euros! Foi bem mais caro do que a própria passagem...

Enfim, não é moleza... Mas para viajar de forma barata e conhecer todos esses lugares lindo e maravilhosos eu ando até sorrindo de Ryanair. Até porque eles ainda não estão cobrando pelo uso do banheiro, projeto que está sendo discutido pela alta cúpula do Fusca alado!

Lisboa

Foi triste voltar de Lisboa... Mesmo sabendo que eu ia voltar para a cidade mais fantástica da Europa, que é onde eu moro (KKKKK), me deu uma saudade... Porque Lisboa é tão linda, tão sensacional, tão vibrante que eu não queria me despedir dela.

Lisboa tem uma mistura de passado e presente, antigo e moderno, velho e novo que é encantadora... A cidade é muito bonita, organizada, limpa e segura. Cada parque, cada praça, cada monumento de tirar o fôlego.. É cultura, arte e história por todos os lados! De um lado a Lisboa antiga da região do Centro, do Chiado, com suas praças, fontes, palácios, teatros... De outro a Lisboa moderna do Parque das Nações, com a bela ponte Vasco da Gama, o Oceanário, o teleférico...

A Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerônimos também são passeios imperdíveis... Comer um pastel de Belém em Belém é algo que não tem como deixar de fazer. É sério, não existe igual aquele pastel... É uma coisa que não dá para expressar em palavras, só comendo para saber! Mas esqueça qualquer outro pastel de Belém que você já tenha comido, especialmente aquilo que o Habbib`s faz e chama de maneira infame de pastel de Belém.

Estar com meu amigo Luciano também contribuiu, e muito, para deixar essa viagem ainda mais especial! Como eu tava com saudade de ouvir as histórias dele, e de pensar "Minha nossa senhora, ele não tem juízo!". Hhuahuahauhauahau. Luciano é uma pessoa bacana demais para viajar, topa tudo e sabe acompanhar o meu ritmo intenso! Tenho certeza de que as próximas aventuras serão ainda melhores. Também pude reencontrar o querido casal Paulo e Eugênia, que me levou para passear pelo Centro da cidade e nos levou a um lugar lindo, com uma vista magnífica para o Tejo, onde passamos uma tarde agradabilíssima, conversando, rindo e bebendo. Ahhh, o Tejo... coisa mais linda do mundo, gigante como um mar, sereno como um rio... me apaixonei pelo Tejo! E por lisboa!

Braga

Braga me surpreendeu, desde a hora em que nela eu cheguei. Pra começar que eu imaginava outro tipo de cidade, uma cidade universitária, que vivesse e girasse ao redor da famosa Universidade do Minho. Porque se a cidade não tem nem aeroporto (é preciso chegar no Porto e lá pegar um trem para Braga) é porque deve ser uma cidade muito pequena, esse era o meu raciocínio (e de muitos com quem eu falei no congresso). Pois qual não foi a minha surpresa ao ver Braga e perceber que ela é uma cidade grande, espalhada, desenvolvida e que tem total independência da universidade. Acho que a cidade não tem aeroporto porque em 40 minutos de carro chega-se ao aeroporto do Porto, então talvez não faça sentido esse investimento.

O objetivo da minha visita à Braga era apresentar um artigo, meu e de Denise Cogo, minha orientadora no Brasil, (cujo título é "Movimientos juveniles, medios digitales y prácticas de ciudadanía en la periferia de Fortaleza (Brasil)") no IAMCR 2010 - International Association for Media and Communication Research, um grande e importante congresso de pesquisa em comunicação.

O congresso foi muito bom... Pelo aprendizado, pelos contatos, pela oportunidade de apresentar artigo para tantos e importantes pesquisadores. Mas o grande presente do congresso veio depois, quando eu recebi um mail do Gustavo Cardoso, um conhecido teórico que pesquisa sociedade em rede (e que é bastante utilizado na minha tese), me convidando a publicar o artigo apresentado em Braga na revista na qual ele é o editor, a Obercom-Portugal. Ah, eu vou confessar, eu "me senti"! Huahauhuhuha.

O congresso também foi ótimo por me possibilitar conhecer (ou seria re-conhecer?!) pessoas tão queridas como o Paulo, a Eugênia e a Tarciana, cearenses (quando eu digo que os cearenses vão dominar o mundo não é brincadeira...) que também estavam participando do IAMCR.

Braga é uma cidade muito bonita, com igrejas lindas (e como tem igreja naquela cidade!), muitas praças, muitos prédios históricos... Andar e perder-se pelas ruas da cidade, sem rumo, foi um grande passeio. Marcelo, um colega que conheci em Barcelona e que faz master na Universidade do Minho, também me levou para dar uma passeada. O jantar de encerramento do congresso, no alto do Bom Jesus, foi um capítulo especial... Lugar lindo, vista maravilhosa, comida estupenda, vinho sensacional.

Fiquei mal acostumado... Agora só quero apresentar artigo em congresso top! Huhauahauhau.

Porto

Bem, vou iniciar esse post fazendo uma confissão... Eu tinha preconceito com Portugal. Talvez se não fosse o congresso no qual eu fui apresentar trabalho eu deixaria o país como o último a ser visitado e meu raciocínio seria "ah, já que eu tenho mesmo que passar em Lisboa para pegar o vôo da TAP eu aproveito e passo um dia por lá". Não sei se por ter a mesma língua, se por ficar geograficamente mais perto do Brasil, o que sei é que Portugal não me causava interesse algum... E foi nessa viagem que eu percebi que o ser humano sabe muito pouco mesmo... E como viajar e conhecer outras culturas faz o indivíduo crescer! Eu AMEI, ADOREI, fiquei ALUCINADO por Portugal. Foi como se tivesse ficado nu, sem chão, tamanho foi o meu choque por ver todos os meus preconceitos irem por água abaixo...

Porto é uma cidade linda, linda, linda. Ai que saudade de lá... E que povo acolhedor, gentil, educado, simpático. Que pessoas felizes e alegres. Aquela arquitetura, aqueles prédios com roupas secando nas sacadas, aquelas ruelas... tudo tão charmoso, tão belo, tão pulsante de vida. A Ribeira é uma coisa de louco, a vista para o rio Douro é fenomenal, o vinho verde, o bacalhau, huuummmmm, tudo parece um sonho. O Palácio de Cristal, com seus jardins... A Avenida dos Aliados, com suas fontes... A Catedral, com sua vista...

Para fechar com chave de ouro, na hora em que eu estava indo embora e perguntei pelo "pequeno almoço" (kkkkkk café da manhã), o recepcionista me disse que ele só era servido a partir das 8:30. Então eu disse que tinha hora para ir à Braga e que não poderia esperar. Quando eu já estava saindo o rapaz pediu que eu esperasse. Alguns minutos depois eu vejo ele mesmo pondo o café da manhã na mesa para mim, em plena sete e pouco da manhã. Depois desse gesto eu fiquei com vergonha de mim por um dia ter menosprezado esse país tãaooo maravilhoso!

Dublin

Bem, Dublin não é uma cidade propriamente bonita... Sei lá, parece que ela meio que foge à beleza característica das cidades européias. Alguém pode dizer que ela é diferente, singular, e talvez aí resida a sua beleza. É... pode ser, mas esse argumento não me convence. Dublin parece uma cidade industrial... Uma arquitetura fria, congelada, sem vida... Parece que estamos em um fábrica gigante com sua vila operária ao redor.

No último dia na cidade conhecemos uma parte mais bonita de Dublin, como a região da universidade, do parlamento, de uma rua super charmosa de compras, da praça onde fica o monumento ao Oscar Wilde, etc. Foi um passeio ótimo esse que desbravou outros ares da capital irlandesa. A cidade tem muitas igrejas bonitas também, e a região que segue acompanhando o rio é interessante, com suas pontes e seus calçadões.

Mas o grande lance de Dublin é o Museu/Fábrica da Guinness, talvez a cerveja mais famosa do mundo. Passamos um dia inteiro lá, curtindo tudo... Dá para ver toda a história da cerveja, o processo de fabricação, as campanhas publicitárias, as garrafas, o processo de distribuição, tudo! E, claro, dá para tomar muita cerveja! Huhauhauhauah. Fazendo uma comparação, que talvez possa soar forçada, é como o Museu da Ypioca em Maranguape, sendo em outra cidade e sobre outra bebida. Mas igualmente divertido e cheio de Histórias.

Edinburgh

Edinburgh é uma cidade liiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinda! Daquelas que o simples fato de estar lá e poder enxergar a cidade já vale a visita. Parece uma cidade cenográfica, sabe?! Mas sem a artificialidade de um cidade cenográfica, pois Edinburgh tem vida, e você sente isso ao estar nela. É muito legal isso de poder andar a cidade à pé, sem precisar de transporte público, porque você se apropria mais do espaço urbano, da cidade como um todo. Com pouco tempo na cidade você já consegue construir mapas mentais, você já sabe os caminhos, já sabe o que fica perto do que. Edinburgh é para ser contemplada mesmo, nas caminhadas, nas subidas e descidas das várias ladeiras, na escuta das gaitas de foles, nas andanças pelos lindos parques da cidade... Edinburgh é para ser admirada! Igrejas belíssimas, castelos indescritíveis, Whisky Experience, charmosos cafés... enfim, muitas foram as atrações e os passeios, mas o ponto alto vai para o tour de pubs. Foram uns 6 pubs, acho (teve um momento que eu já não conseguia mais contar direito... hauahuahauhauha), visitados por um grupo de jovens de várias partes do mundo, guiados por um cara australiano super divertido... Foi uma noite realmente incrível! Difícil foi só estar acordado antes da seis da manhã para pegar um avião...

Londres

Londres é um mundo... Um mundo de gente, mundo de cores, mundo de idiomas, mundo de tudo... Logo que desci do ônibus que nos trouxe (eu e Cadu. Tiago nos encontrou na casa da Marcy já) do aeroporto até o Centro deu até uma náusea visual... Era tanto movimento, tanta gente, tanta cor que a cabeça leva um tempo para adaptar-se. E olha que eu vinha de Barcelona, cidade efervescente, que bomba o ano inteiro. Mas multidão como em Londres não há...

Ficamos super bem instalados na casa da minha prima, Marcy Barsi. Uma casa linda, com um jardim majestoso, a dois quarteirões do metrô. Melhor não poderia ser! Isso sem falar na simpatia dela, e nas histórias super interessantes de quando ela foi trabalhar na Globo, no escritório da emissora em Londres. Ela era editora das matérias internacionais que iam ao ar na Globo no Brasil.

Londres é fantástica... E eu consegui fazer tudo o que havia me proposto a fazer. Os dias eram intensos, longos e cansativos, mas valeu a pena e eu faria tudo de novo, do mesmo jeito. Senti-me super seguro pelas ruas da capital, sem medo de nada. Quase fui atropelado diversas vezes por olhar para o lado errado na hora de atravessar a rua... Huahuahauahuahauah. É MUITO estranho esse negócio da direção dos carros e das vias invertida... Acho que se eu fosse dirigir lá bateria o carro nos primeiros 5 minutos de direção! Kkkkk

Londres é uma cidade cara... Metrô lá é muito caro, por isso quem for de visita tem mesmo que comprar o tal cartão Oyster (acho que é esse o nome...). Ele custa 25 pounds (convertendo acho que dá bem uns 75 reais...), mas vale a pena, porque anda-se muito de metrô lá, e se deixar para comprar bilhetes individuais cada um deles vai sair por cerca de 4 pounds. Comida não é tão cara... Uma Mc Oferta lá sai pelo mesmo preço do que sai aqui em Barcelona. E a hospedagem, que é o que eu acredito que seja o mais caro, nós não pagamos! Ahhh, como eu adoro ter família em todo canto!

Os passeios são 8 ou 80... Ou são de graça como os museus, ou custam 28 pounds como o Madame Tussauds. A London Eye custa 17 pounds.

Para mim os pontos altos foram London Eye (é uma coisa surreal a vista lá de cima, vale a pena ir, nem que você não coma mais nada no resto do dia!) e os museus National Gallery, British e Tate Modern... Mas o simples andar pelas ruas e dar de cara com o Big Ben, com a Abadia de Westminster, com a Tower Bridge... já paga toda a viagem!

De volta...

Caríssimos leitores, estou de volta! Como você sabem, passei 16 dias viajando. E após o retorno à Barcelona tive que colocar a "casa em ordem"... Alguns afazeres importantes me tomaram todo o tempo essa semana, como a produção de mais um capítulo de livro, que deverá ser lançado no fim do ano ou início do próximo. Mas tirei a tarde hoje para retomar as atividades no blog e contar a vocês um pouquinho sobre as viagens e sobre as mais recentes novidades na minha vida européia!

A viagem foi maravilhosa... Daí eu fico me perguntando que viagem pela Europa pode não ser maravilhosa... A pessoa tem que ter companhias muito desagradáveis para conseguir fazer com que um passeio nesse continente encantador fique chato... O que, decididamente, não era o meu caso! Por Inglaterra, Escócia e Irlanda estive com Cadu e Tiago, duas pessoas fora de série, e em Portugal estive ao lado do meu grande amigo Luciano, figura mais que querida e que me diverte horrores com suas histórias...

Como nas outras viagens, vou fazer um pequeno post sobre cada uma das cidades visitadas, contando as minhas impressões.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Parabéns, pai!

Hoje é o aniversário do meu pai, a pessoa mais inteligente e culta que eu conheço. E isso não é coisa de filho não, pois quem o conhece sabe que ele é uma sumidade! Lembro de uma vez, no colégio (acho que na oitava série), que eu tava conversando e o professor de física brigou comigo, dizendo que eu ia tirar nota baixa na prova. Daí eu, pretencioso como sempre, respondi: "quando eu chegar em casa o meu pai me ensina, melhor do que o que você tá ensinando".

Hoje liguei para parabenizar o meu pai e ele me disse que o melhor presente que pode ganhar é saber de tudo de bom que está acontecendo comigo aqui na Espanha. Então, pai, pode sentir-se muuuuuuuito bem presenteado!

domingo, 4 de julho de 2010

É, não deu pra gente...

Eu nunca fui fã de futebol. Quando eu era criança, enquanto os pais dos meninos da minha idade os levavam para jogar futebol o meu me levava ao aeroporto, para eu ver os aviões pousando e decolando, e às bancas de jornal, para comprar a "4 Rodas". Avião e carro são vícios desde a mais tenra idade. Mas mesmo não curtindo futebol eu sempre me animo muito nas Copas, torço, leio tudo a respeito, faço previsões, arrisco palpites e tudo mais o que faz um entendedor do assunto, claro que com as devidas limitações de alguém que passa 4 anos sem ligar a mínima para o esporte em questão.

Sexta vi o jogo com uns amigos em Bogatell, uma praia aqui em Barcelona, e foi muuuuito triste ver o Brasil perder daquela forma. Talvez a Copa fosse para nós um vínculo ainda mais forte com o nosso país, talvez ela nos trouxesse uma sensação de pertencimento, de fortificação de identidade, que muitas vezes perdemos (ou, melhor dizendo, reconfiguramos) quando moramos em outro país.

O dia começou lindo... Um sol estonteante na estupenda Barcelona, váaaarios brasileiros animadíssimos no quiosque, batucada que a brazucada tava fazendo, enfim, todos os ingredientes para uma tarde inesquecível. Mas foi só a Holanda empatar para os holandeses (sim, Barcelona tem um monte de gente, do mundo todo, o ano inteiro, e a vida toda! kkkkkkkkkkk) colocarem as asinhas de fora no "nosso" quiosque!!! Um absurdo!!!

Enfim, o Brasil perdeu e os holandeses tiraram a maior onda com a nossa cara. Mas, como brincávamos entre nós, uma coisa é perder a Copa e estar no Brasil. Outra bem diferente é perder a Copa e ir se lamentar na praia em Barcelona, diante das águas do Mediterrâneo... Huahuahuhuahauhauahuahua.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Ainda sobre a língua...

É uma experiência muito louca esse de você deparar com outra língua, com outra forma de falar das pessoas que estão no teu entorno. E é aí que você descobre que só se aprende uma língua verdadeiramente quando se vive essa realidade onde este idioma está inserido.

Não sei se porque eu estudei espanhol em um estado (Rio Grande do Sul, tchê!) que faz fronteira com outros países que falam o castellano (e acaba, quem sabe, sofrendo alguma influência desses países na configuração da aprendizagem do espanhol) eu acabei aprendendo uma série de coisas que não se aplicam na prática, ou que simplesmente não são faladas no espanhol da Espanha. Suco, por exemplo, não é jugo, mas sumo. Não que jugo esteja errado, mas ele simplesmente não é falado aqui. Feijão não é poroto, mas frijoles. Poroto é falado na Vanezuela, segundo me contaram. Refrigerante não é gaseosa, mas refresco. Gaseosa seria tipo aquelas águas tônicas.

E assim vão surgindo essas descobertas da língua, das coisas que a gente aprendeu de um jeito mas que, na verdade, dizem muito mais respeito ao castellano da Argentina e do Uruguai, por exemplo. Isso sem falar no quão rico é a aprendizagem das gírias e das expressões, afinal a gente fala e relaciona-se com pessoas, em seus cotidianos, e não com livros e enciclopédias que só usam a norma culta da língua... "No pasa nada": não tem problema, tá tudo tranquilo; "ya está": ok, deu, é isso; "guay": legal, massa; "joder": foda-se; "tío": cara; "puta madre": do caralho, muito massa... enfim, são tantas expressões que se eu fosse falar todas não ia parar nunca mais.

É fascinante poder viver essa experiência de aprender (ou reaprender muitas vezes) uma outra língua. Esses dias eu tava lendo um livro do Alejandro Grimson, sobre interculturalidade, e ele dizia que era interessante perceber como as pessoas que acabam de chegar a um outro país quando vão falar o novo idioma parece que estão em um laboratório, desconectados da realidade, do mundo da vida daquela língua. É isso mesmo... só com o tempo esse laboratório vai saindo de dentro da gente. Ou será que somos nós quem saímos do laboratório e vamos encontrando o contexto da fala?

A língua...

Interessante demais como com o tempo o castellano vai sendo absorvido e apreendido de tal forma que você já não faz mais distinções entre ele e o português. Até bem pouco tempo atrás eu sabia exatamente quando estava lendo algo em português ou em espanhol. Agora isso não acontece mais, eu simplesmente leio, sem nem me tocar em qual língua estou lendo. É como se o idioma no qual estou lendo agora fosse uma coisa completamente irrelevante.

Hoje aconteceu uma coisa muito engraçada: tive orientação virtual com a Denise. Daí íamos conversando e eu anotando várias coisas no word, mas anotando assim na doida, para depois organizar. Quando estava organizando cheguei num tópico que falava de "oficina", mas o tópico simplesmente não fazia o menor sentido, porque na minha cabeça o "oficina" que estava escrito era o "oficina" em espanhol, que quer dizer escritório. E eu ficava me perguntando porque diabos eu tinha anotado alguma coisa sobre escritório se não tem nada a ver com a minha pesquisa. Até que a sanidade mental voltou e eu me toquei que "oficina" em português não quer dizer escritório, e que, na verdade, quando eu escrevi isso era me referindo à "oficina" como curso, no sentido de "Fulando vai dar uma oficina sobre audiovisual".

Respirei aliviado por entender o que havia escrito nas minhas anotações e ri bastante com a minha lerdeza...

domingo, 27 de junho de 2010

Calooooooooooorrrrrrrr

Caraca, aqui tá um calor do cão!!! Tanto que eu reclamei que não aguentava mais usar casaco, né, mas tô é com saudade do tempo que eu me aconchegava embaixo do edredon e dormia no friozinho... Agora haja sono para vencer o calorão e conseguir dormir.

O calor tá tão grande que ontem corri no Carrefour e comprei um ventilador para mim. Eu não gosto de ventilador e não suporto aquele vento vindo direto na minha direção, mas eu ponho sem ser virado para mim e já faz uma diferença, pois promove uma circulada no ar, uma refrescada no ambiente.

Não quero nem pensar em como vai ser em meados de julho e agosto... Aí vou sentir uma saudade enorme do friozinho gaúcho nessa época do ano!

Sushiiiiiii

Quem me conhece sabe o quanto eu sou fã de comida japonesa e como o Monte Carlo é meu point em Fortaleza. Pois bem, aqui tem uns lugares bons e com preços bem acessíveis para comer sushi e cia.

Há uns 15 dias fui com uns amigos em uma espécie de buffet, no qual você paga 12 euros e come o quanto quiser. Mas tem que ficar fazendo os pedidos para a garçonete, você vai olhando no cardápio e escolhendo o que vai comer... E pode repetir isso até o infinito (a melhor parte!). O chato é que esse lance de ficar fazendo pedido e esperando para ele chegar meio que quebra o fluxo...

Daí semana passada fui com outros amigos em outro lugar, também estilo "pague e coma à vontade". Esse custa 14 euros e tem um estilo diferente. Fica uma esteira passando ao lado das mesas com os pratos e você pega aqueles que te interessam. É legal porque você controla seu rítmo de alimentação, mas muitas vezes eles colocam só "besteira" na esteira... tinha vezes que eu olhava e só tinha melancia, abacaxi, sobremesa...

Mas o que importa é que aqui posso continuar matando meus desejos de comer sushi e sashimi sem ter que vender um rim depois para pagar a conta!

San Juan

Muita gente já havia me falado da noite de San Juan (São João) aqui em Barcelona, dizendo como era algo festivo e animado, mas eu não fazia idéia do que, de fato, me aguardava. Tem coisas que só mesmo a experiência in locu faz com que você as consiga entender.

A agitação já começou na tarde da quarta, dia 23 de junho. Funcionários liberados mais cedo de seus trabalhos, muita gente nas ruas, supermercados lotados. Parecia até um dia de final de semana.

À noite fui para uma festa na casa de uma amiga, a Mar, a catalã mais brasileira que eu conheço. Já tendo sido casada com um brasileiro, a Mar conhece tudo do Brasil e cozinha as nossas comidas como uma nativa. A casa dela tem um terraço enooorme, e a festa, obviamente, foi lá. Muita gente, muuuitos brasileiros (fico cada vez mais impressionado como tem brasileiro aqui em Barcelona!), muitos amigos, um monte de criança vestida de matuta, correndo, brincando com aquelas bombinhas que espocam quando você as taca no chão. Foi tão divertido, parecia aqueles São João de colégio, que tínhamos quando criança, e dos quais eu morro de saudade.

As comidas foram uma atração à parte... Tinha um feijão Tropeiro DELICIOSO!!! Muqueca, cuscuz (na verdade eu não sei de onde surgiu esse nome, pois o prato era muito mais um creme de galinha engrossado com farofa, mas cuscuz foi o nome que deram à iguaria... então tá!), bolo, enfim, tudo uma delícia.

Daí eu saí do São João brasileiro e fui ao San Juan catalão, na praia, encontrar outros amigos queridos. Primeiro impacto: metrôs loooooooooooooooooooooootaaaaaaaaaaaaaados!!! De um jeito que eu nunca vi na vida. Muita, muita, muita gente na rua. Era como se estivéssemos na noite de 31 de dezembro! E vocês pensam que era só a juventude que estava nas ruas??? Ledo engano... muitos vovôs e vovós curtindo a noite de San Juan.

A praia estava lotada! Inúmeros grupos na areia, como se estivessem em um piquenique, com muita comida e muita cava (tipo um espumante típico daqui). Era realmente como se fosse um reveillon... Fogos, muitos fogos! Mas aqui, ao contrário do que acontece nesses reveillons como o de Copacabana e o da Praia de Iracema - cujas festas são organizadas e patrocinadas pelo governo e pela prefeitura -, é a população mesmo quem leva os fogos... E eles não param de subir por nem 1 minuto, o tempo todo tem alguém (ou vários "alguéns") espocando alguma coisa.

Enfim, foi uma noite divertidíssima, na qual eu realmente pude comprovar que Barcelona é mesmo uma cidade ímpar. É impressionante como tudo aqui é festivo e alegre. E o melhor de tudo: no outro dia, 24 de junho, é feriado!!! Hehehehe.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O verão...

Bem, vamos ver se o verão aqui é como todos me dizem mesmo ou é só "propaganda enganosa" da cidade mais bombante da Europa... Porque até ontem estava fazendo um friozinho de noite, com gente de casaco e tudo nas ruas! Vamos ver se alguém vai avisar aos céus de que hoje começa o verão. Eu prefiro que esqueçam de avisar, porque adooooro esse friozinho noturno, esse vento frio batendo no rosto. Vamos ver o que a temperatura nos reserva para os próximos meses!

Brazucas em Barcelona

É em dia de jogo do Brasil na Copa que se confirma a quantidade enorme de brasileiros que moram (ou estão de passagem) em Barcelona... Inúmeros pontinhos amarelos embelezando ainda mais as já tão belas ruas da capital catalã!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Copa na Espanha...

Tá sendo uma experiência bem diferente essa de vivenciar uma Copa do Mundo aqui na Espanha... Tudo bem que a Copa não tem nem 1 semana que começou, mas pelo pouco que tenho percebido até agora as coisas funcionam em Barcelona de um modo bem distinto do que funcionam aí no Brasil.

Sei lá, parece que aqui não tem aquele clima de Copa ao qual estamos acostumados aí do outro lado do Atlântico... Não sei se pelo fato de estarmos na Cataluña (ou seja, aqui eles não se sentem muito espanhóis), não se vê bandeira da Espanha nas ruas, pessoas com a camisa da Fúria, enfeites, nada... Quem anda pelas ruas da capital catalã e não sabe que estamos na Copa vai continuar sem saber...

Dá uma saudade do clima da Copa lá de Fortaleza, das ruas enfeitadas, das casas também, da animação das pessoas... Na verdade essa é a minha segunda Copa sem cara de Copa, porque a de 2006, quando estava no Rio Grande do Sul, também não teve a menor graça. Deve ser mal de lugar separatista isso de não se envolver nas coisas do resto do país (acho que eu já disse em outro post que eu odeio separatismo, não? :P).

Mas brasileiro é brasileiro em qualquer lugar do mundo, então quando juntou a brazucada lá no Bambo Bar para ver Brasil X Coréia do Norte foi uma agitação geral. O bar lotou e a galera tava muito animada! Pena que aqui os jogos são tarde, acabam 10 e meia da noite, daí não deu para extender muito a comemoração, primeiro porque o metrô encerra à meia-noite durante a semana, segundo porque quarta-feira foi dia de estudo e trabalho... Quem sabe no jogo do dia 25, que começa às 16h a comemoração (espero messssmo que seja um dia de comemoração) não vai ser mais longa???

Mas que não há nada como estar na sua cidade em uma hora dessas, há isso não há...

Seminário da APEC

Semana passada foi o seminário da APEC. APEC é a Associação dos Pesquisadores e Estudantes Brasileiros na Cataluña (não me perguntem onde está o "B" na sigla - "B" de "brasileiros" - que eu não sei!), da qual eu faço parte como sócio.

O legal desse encontro é que eu fiz parte da comissão organizadora, e isso foi algo novo para mim, que nunca tinha participado na organização de um evento desse porte. Já participei de inúmeros eventos científicos, e quando você chega lá e vê tudo pronto, a pastinha arrumada, a programação completa, o coquetel de abertura bonito e gostoso não faz a menor idéia do tanto de trabalho que dá para que saia tudo assim. Nada cai do céu, meu povo, e para cada detalhe que há num evento desses houve uma ou várias cabeças pensantes para que as coisas acontecessem daquela forma.

Foi muito bom participar da organização do seminário, pelo aprendizado, como já citei acima, e pela equipe, amigos queridos com quem tive o prazer de dividir tarefas, responsabilidades, angústias e a satisfação de ver que tudo saiu bem. Isso sem contar que sou um dos editores do livro do evento, que curricularmente é algo bem interessante.

O evento foi ótimo... Discussões interessantes, trabalhos ricos (alguns nem tanto, mas "no pasa nada"), perspectivas de trabalho bem diversificadas, enfim, a troca foi produtiva. E foi muito bom ver brasileiros que estudam em Portugal, na França, na Inglaterra, na Alemanha, no Brasil, na Espanha compartilhando conhecimentos, bem como os espanhóis que também apresentaram trabalho e algumas colegas do Chile.

As atividades extra-eventos também não deixaram a desejar... Animados almoços, coffe-breaks cheios de bons papos, barzinho depois do seminário para desopilar e a confraternização de despedida, com a muuuuita música brasileira, e que terminou em quadrilha!

Enfim, foi uma experiência rica e gratificante, como têm sido tudo aqui em Barcelona para mim.

domingo, 13 de junho de 2010

Trem na Europa

É chique e cult dizer que fez uma viagem de trem pela Europa?! Pois bem, eu já fiz a minha (aliás, fiz duas: Budapeste/Viena e Viena/Praga), já posso voltar ao bom e velho avião!

Não curti andar de trem... Aliás, não é que eu não tenha curtido, é que não acho que vale a pena a relação custo/benefício. Paguei 60 euros por uma viagem entre Viena e Praga, SESSENTA!!! Tenho certeza de que se fosse de avião teria sido bem mais barato. E muito mais rápido. Passei 5 horas dentro de um trem com poltronas quase retas (se você acha que as do avião não reclinam é porque você nunca andou de trem em classe econômica) e preços absurdos. Sim, eu sei que no avião se cobra por tudo, mas não consumir nada em meia hora, 40 min de vôo (que eu imagino que é o tempo de um vôo entre Viena e Praga) é uma coisa, mas passar 5 horas dentro de um trem sem tomar ou comer nada é difícil... Um cafezinho que pedimos custou 2,50 euros, e era a coisa mais barata que tinha.

Não sei como funciona na primeira classe, mas imagino que as poltronas sejam confortáveis e que tenha algum tipo de serviço de bordo. Mas a passagem custa exatamente o dobro do bilhete na econômica... O trecho Viena/Praga sai por 120 euros na primeira classe!

Bem, as paisagens são muito bonitas e você chega na cidade em pleno Centro, isso realmente é maravilhoso! Mas cinco horas dentro de um trem (ele demora assim porque pára inúuumeras vezes em diversas cidades) quando se pode fazer o mesmo trecho em meia hora ou 40 min de vôo e por um preço seguramente mais barato... Não sei... sou meio suspeito para falar, afinal eu sou um piloto frustrado, mas eu voto no meio de transporte mais lindo e apaixonante que existe no mundo! O avião!!!

Fuck you

Será que é blasfêmia escrever esse post logo depois do que eu falo sobre minha visita à Igreja do Menino Jesus de Praga??? Espero que "no pase nada", como dizemos aqui na Espanha.

Bem, ainda bem que o inglês tá aí e todo mundo conhece algumas palavras. Assim é bom porque quando uma garçonete nos trata absurdamente mal em um trem entre Viena e Praga, recusando-se a responder uma informação porque estava ocupada fazendo um café (tem que ser muito burra para não saber colocar leite num café e responder algo ao mesmo tempo), a gente pode abrir a boca, usar o bom e velho inglês e dizer com todo o gosto "FUCK YOU".

Me senti uns 10kg mais leve depois disso...

Menino Jesus de Praga - muita emoção!

Meus pais são primos legítimos e o Menino Jesus de Praga intercedeu durante toooda a minha gestação para a minha vinda ao mundo ser cheia de saúde, paz e felicidade. Modéstia à parte, ele caprichou nessa intecessão! Rsrsrs

Desde então ele tem sido o meu Santo Protetor, a quem tenho devoção, a quem rezo pedindo e agradecendo. E estar diante de sua imagem original, na igreja que é conhecida por ser a "sua" igreja foi algo muito, muito, muito, mas muuuuuuuuuuuuito emocionante. Foi um daqueles dias que ficarão eternamente marcados na minha cabeça.

A Igreja do Menino Jesus de Praga é bem simples, não é grande e não tem luxo, tudo bem diferente da maioria das igrejas que visitei nas 3 cidades do Leste Europeu. Mas mesmo sem luxo (talvez, quem sabe, até mesmo por isso), a igreja é tão linda, tem uma energia tão boa... Sabe aquela sensação de plenitude?! Foi isso que senti quando estive lá dentro. A imagem do MJP é liiiinda, e seu altar é uma coisa indescritível de tão bonito. Muita gente rezando para Ele, muita gente emocionada, muita gente de joelhos, olhando com um olhar que eu sabia reconhecer muito bem, um olhar de quem está realizando um grande sonho ao estar ali.

Enfim, mais um sonho realizado, mais um plano concretizado. Para mim, que sou um verdadeiro realizador dos próprios sonhos, foi um dia memorável e muito, muito feliz!

Praga

Praga conseguiu superar as minhas expectativas. Ela consegiu ser ainda mais linda do que eu a imaginava, mais legal do que eu a pensava, mais incrível do que eu a esperava. Quando criamos muitas expectativas em torno de alguma coisa muitas vezes acabamos decepcionados, mas em Praga foi diferente. Ela é uma cidade surpreendente.

Acho que Praga deve ser a cidade mais linda do mundo... Para onde você olha só tem coisa bonita. Não tem nada mediano em Praga, é tudo super, tudo ótimo, tudo maravilhoso, tudo estupendo. Torre do Relógio, Torre de Pólvora, Castelo de Praga, Igreja San Vitus, Igreja São Nicolau, bairro judaico, ponte Carlos, Museu do Comunismo, Palácio Real, enfim, é tanta coisa linda que se eu fosse escrever sobre tudo não acabaria nunca mais.

Praga é lotaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaada de turistas! Para onde você olha vê inúmeros deles, de todas as partes do mundo. Grupos de jovens, de famílias, de melhor idade, excursões por todas as partes. Era tanto turista que no café da manhã do nosso hotel não tinha nunca mesa sobrando, e, muitas vezes, tínhamos que compartir a mesa com desconhecidos.

E Praga sabe aproveitar bem o turismo... Imúmero hotéis, um sem-número de lojinhas de souvenirs, com preços baratíssimos, artistas de rua, aluguel de bicicletas, patins, etc.

O problema agora vai ser comparar todas as futuras cidades que serão visitadas com Praga...

Viena

Viena é uma cidade que merece ser visitada, bem mais pelas coisas que você vai fazer lá. Museu do Freud, Casa do Mozart, Complexo Hofburg, Concerto em algum palácio... a cidade oferece muitas atrações imperdíveis.

Viena tem uns palácios, uns castelos que são as coisas mais lindas do mundos. Umas obras arquitetônicas que faz você se perguntar como algo tão grandiodo e tão cheio de detalhes foi pensado e projetado por alguém. Jardins e praças imensos, belos, tudo muito imponente.

Mas quando você não está diante de um castelo ou de um jardim, andando pelas ruas "normais" da cidade, Viena me encantou menos do que Budapeste e Praga, talvez pela ausência do rio cortando o centro da capital, pela falta das pontes, que eu acho que dão um toque todo especial às cidades.

Viena é uma cidade muito cara, MUITO! Poucas lojas de souvenirs, ímas de geladeira começando em 5 euros, camisetas em 17 euros, enfim, não é uma cidade que convida seus turistas a levarem "recuerdos" de si.

Em Viena assistimos a um concerto de música clássica, em um palácio majestoso. O concerto foi uma das coisas mais lindas que já vi na vida... Chego a me arrepiar ao lembrar dele, tamanha a emoção que foi ver aquilo. Tudo tão perfeito, tão suave e tão forte ao mesmo tempo que não dá nem para explicar direito. Essa experiência do concerto foi algo que, por si só, já pagaria a visita à cidade.

Budapeste

Budapeste foi a grande surpresa da viagem... Na verdade ela foi incluída no roteiro muito mais porque "tudo mundo que vai para o Leste Europeu faz o circuito pelos 3 países, República Tcheca, Áustria e Hungria" do que por uma vontade própria de conhecer a cidade. Pois bem, Budapeste é uma cidade linda!!! E cheia de coisas para se fazer e se visitar. O rio Danúbio, as pontes, o calçadão ao lado do rio, o cenário da cidade é todo muito charmoso... às vezes parece que você está em um filme. Avenidas largas, muito movimento, comércio, a metrópole húngara bomba demais!

A moeda é outra, o Fiorin, mas quando convertíamos para o euro víamos que os preços de Budapeste são bem atrativos, algumas vezes bem mais barato do que aqui em Barcelona. O sistema de transporte público da cidade também é muito eficiente, e é muito fácil locomover-se por Budapeste, especialmente no lado Peste.

O lado Buda é encantador, com o morro do Castelo e seus palácios, igrejas, suas vistas lindas para o rio e as pontes. Enfim, valeu muuuuuuuuuuito a pena a viagem, e a Hungria me conquistou!

Leste Europeu

Bem, imagino que muitos de vocês já tenham percebido, através das minhas fotos no Orkut, que a viagem ao Leste Europeu foi maravilhosa. Lugares lindos, companhias sensacionais, muitas risadas, enfim, uma viagem realmente inesquecível. Sabe aquelas viagens nas quais tudo dá certo?! Pois pronto, assim posso definir nossa aventura por Budapeste, Viena e Praga.

As cidades são cheias de História, verdadeiros museus a céu aberto. Igrejas belíssimas, palácios suntuosos, construções de 600, 700, 800 anos. Engraçado que ao mesmo tempo que parece que há uma matriz unificadora da identidade européia, quando você viaja por esses países você sabe muito bem que não está na Espanha... Tem algo que os une (os países do continente europeu), mas muitas coisas que os especifica, tornando cada país algo ímpar.

A questão do idioma foi algo muito complicado... O húngaro, o alemão e o tcheco são completamente incompreensíveis para mim, bem como para a Júlia e para o Miguel. A gente tinha que se virar no inglês. Foi lá que vi que meu inglês, apesar de enferrujado, ainda dá um caldo. Mas o melhor mesmo era quando eu misturava inglês com espanhol... Hhauhauahauhauah. Impressionante como o espanhol impregnou a mim... Eu queria me livrar dele no Leste, mas não tinha jeito. Começava a frase em inglês e lá se vinha um "para adonde", "cerca", "cerrado", "gracias"... kkkkkkkkkkkkkkk.

As pessoas no Leste Europeu não são as mais simpáticas do mundo... Muitos atendentes grossos, sem educação, indelicados. Eles estressavam-se muito facilmente com a nossa dificuldade em compreendê-los. Porque nem todo mundo tem um inglês perfeito, nem o nosso inglês é fluente, e nem o deles, então é preciso um esforço de ambos os lados para que se chegue a uma comunicação. Mas muitos deles ficavam logo aborrecidos quando não o entendíamos imediatamente.

Dentre as comidas que provamos, uma nota especial vai para o Goulash, uma espécie de sopa de carne beeem reforçada, com um clado bem grosso, quase como se fosse um "cozidão". É servida como sopa, para tomar de colher, e acompanhada por pães. Uma delícia. Muitas sobremesas gostosas também... panquecas, muitas coisas com mel, cafés deliciosos.

Vou falar brevemente de cada uma das cidades visitadas.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Menino Jesus de Praga

Pessoal, tô ficando desesperado... Não estou conseguindo saber qual é a igreja onde está a imagem original do Menino Jesus de Praga. Já entrei em todos os sites, já procurei no meu guia, já vi em todo canto e cada um diz uma coisa diferente. Já disseram que a imagem fica na Igreja do Menino Jesus de Praga, na Igreja de Nossa Senhora Vitoriosa, na Igreja de Nossa Senhora da Glória... Não sei mais o que fazer!!!

A minha angústia tem uma razão bem simples: o meu principal objetivo em ir à Praga é ver a imagem do Menino Jesus, a igreja onde ela está. Eu sei que Praga é conhecida como uma das cidades mais lindas do mundo, mas se eu fosse lá e só visse a imagem do MJP e voltasse para casa já estaria satisfeito.

O Menino Jesus de Praga é meu santo protetor, desde que nasci, aliás, antes mesmo de eu nascer. Fui batizado na Capela dele em Chorozinho, interior do CE, e a vida inteira ELE esteve ao meu lado. Tenho uma miniatura dele que não sai de perto de mim, que me acompanha onde vou, seja em uma viagem, um exame de saúde, ou para fazer uma prova importante.

Ai, ai, fortes emoções me aguardam nessa viagem... Mas antes eu PRECISO saber em qual igreja devo ir. Não consegui ainda fechar o roteiro por conta dessa dúvida... Se alguém souber de algo, por favor, grite!!!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Feriado em BCN

Depois que eu vim morar aqui foi que percebi que quem gosta mesmo de feriado são os espanhóis... Ontem, por exemplo, foi feriado aqui em Barcelona, por conta da "Segunda Páscoa". Vai saber o que significa isso...

Só sei que o povo tava todo no meio da rua (até porque o dia estava lindo!), metrôs, ruas, pontos turísticos, tudo cheio de gente. A fila para entrar na Sagrada Família dava voltar no quarteirão. Nessa hora eu pensei como é bom morar aqui e não precisar ser turista naquele momento! Rsrsrsrs.

O meu feriado foi de muito trabalho, mas também de momentos muito divertidos. A comissão organizadora do XV Seminário da APEC - Associação dos Pesquisadores e Estudantes Brasileiros na Catalunha (do qual eu faço parte) reuniu-se na casa da Cris para organizar detalhes do evento e para fazer a edição do livro do seminário. Cheguei lá 11 da manhã e fui embora mais de 9 da noite... A comissão trabalhou muito!!! Encaminhamos e fechamos várias coisas, mas também rimos demais! E comemos também! O Piau fez uma galinhada e um feijão preto de tirar o chapéu e a Manu fez uma farofa de banana maravilhosa. Estava tudo DELICIOSO!!! Só faltamos morrer de comer... E de sobremesa tinha cajuzinho, importado diretamente da Fortazeza Bela! A galera delirou com a iguaria cearense... A comilança foi tão grande que a gente quase não consegue vencer a preguiça e voltar ao batente. Mas, como somos responsáveis e queremos um evento bombante, ainda fizemos um bocado de coisa depois do almoço.

Enfim, o dia foi cansativo, mas muito produtivo, divertido e animado. Os organizadores quando se juntam, é risada garantida!

domingo, 23 de maio de 2010

Ausência...

Nossa, agora foi que vi que passei uma semana inteira sem postar nada aqui... Desculpem, meus fiéis leitores, mas a semana foi punk de coisas para fazer... Dois capítulos de livros nos quais estou fazendo parte como autor (um deles em parceria com a Lourdoca:-), o resumo expandido com sumários dos tópicos de um terceiro capítulo de livro, o artigo em parceria com a orientadora no Brasil para um grande congresso internacional (que vai acontecer agora em julho em Portugal. Vou apresentar trabalho num GT com feras do mundo todo. [modo pânico] ligado!), as coisas da organização do seminário da APEC, enfim, a coisa pegou fogo... E essa semana que se inicia hoje também vai ser no mesmo estilo... Maaaaaaaaaaaassssssssssss, como eu sou filho de Deus e um rapaz bem comportado, minha recompensa virá sábado!!! Viajarei com dois amigos para Budapeste, Viena e Praga!!! 1 semana no Leste Europeu... MUITA EXPECTATIVA!!!

A troca!

Eu comprei uma coisa no Carrefour que não deu certo, daí voltei lá para fazer a troca. Cheguei lá, dirigi-me ao setor de atendimento ao cliente e disse que queria fazer uma troca. A moça disse que lá eles não fazem troca de produtos, mas devolvem o dinheiro. Daí eu entreguei o produto, a nota e, juro por Deus, em 15 segundos a mulher me devolveu a grana! Assim, sem burocracia, sem perguntas, sem cara feia, sem nada!!! No Brasil, além da má vontade no atendimento, eles só faltam te pedir para colocar o dedo em um leitor de digitais para fazer uma troca em uma grande loja de departamentos... Oh raiva que eu tinha quando precisava trocar algo na Renner ou na C&A, por exemplo... Aqui não!!! Ai, ai... nessas horas é que penso que nasci no lugar errado... Ainda bem que genes italianos circulam no meu sangue e eu sou quase um cidadão europeu (faz 6 anos que o consulado da Itália em Fortaleza me enrola, mas, segundo eles, na próxima "leva" de cidadanias oficializadas que vier da Itália vem a dos Barsi Lopes). Aí não vai ter quem me segure nessa tal de Zoropa!!! auhuhauahauahuahaua.

O Google Maps engana!!!

Algumas pessoas já tinham me falado sobre isso, mas foi a primeira vez que aconteceu comigo. Não que ele tenha errado a direção do endereço, mas ele deixou a entender que uma coisa era perto quando, na verdade, não era!!! Eu precisava ir no Centro Comercial Glories (o bom e velho shopping center), depois de resolver uma coisas perto do Arco do Triunfo (pensam que é só Paris que tem?! Se até Sobral tem o seu, imagina se aqui não teria também?! Huhauhuahuahuahuhua). Daí procurei no Google Maps e vi que dava para ir à pé perfeitamente, porque não era longe... O que??? Só faltei morrer de andar! Tá, tá, tô exagerando um pouco, mas andei bastante. Tanto que quando eu pedia informações na rua para saber se estava indo na direção correta as pessoas me olhavam com cara de surpresa, como quem tá pensando que o lugar não é muito perto. Mas o bom disso tudo foi andar pelas ruas de Barcelona... Isso de você ficar sempre andando de metrô, apesar de todas as vantagens em termos de conforto e rapidez, faz com que se acabe perdendo um pouco da beleza da cidade. Inclusive já me disseram "olha, quando estiver em Paris ande ou à pé ou de ônibus, porque de metrô você perde a noção da cidade como um todo, você deixa de ver as belezas das ruas". Recado anotado! Foi nessa minha andança pelas calles da capital catalã que eu passei na calçada da famosa Torre Agbar, aquele prédio peculiar, com um formato um tanto quanto estranho, que é a cara de Barcelona! Ok, Google Maps, tá perdoado!

domingo, 16 de maio de 2010

Tecnologia e identidade

É impressionante como as tecnologias da comunicação e da informação revolucionaram mesmo o mundo, aproximando pessoas, coisas e lugares de um modo inimaginável... Não, eu não estou iniciando um artigo sobre o Aldeia e o Encine, meus objetos de pesquisa no doutorado... E nem vou falar de todas as transformações trazidas pelo advento da Internet. Mas é que ontem aconteceu algo bem interessante...

Lembro que em 1998, ou seja, há 12 anos, minha mãe e minha irmã estavam nos Estados Unidos e no Canadá e iam perder as últimas 3 semanas da novela "Por Amor", do Manuel Carlos. Como elas tinham assistido toda a novela, não queriam perder os capítulos finais. Daí mamãe comprou as fitas VHS e eu gravei para elas as 3 semanas da novela que elas perderam, usando o bom e velho video cassete. Lembro que foram bem umas 4 ou 5 fitas, nas quais eu pregava os adesivos e escrevia "capítulos dos dias tal, tal, tal e tal".

Pois bem, ontem, um dia depois de ter sido exibido, eu assisti ao último capítulo de "Viver a Vida" todo no Youtube. Se quisesse poderia ter assistido a toda a novela, mas não quis (até porque a novela era meio chatinha... rsrsrs). Mas no dia seguinte qualquer pessoa do mundo inteiro que quisesse poderia assistir ao final da novela. Emocionei-me com o nascimento dos gêmeos da Luciana e do Miguel, fiquei com vergonha alheia pela decepção do casal Helena e Bruno, morri de rir das coisas da Isabel, fiquei impressionado com a história daquele maestro que apareceu no final... tudo isso somente um dia depois! Há doze anos foi preciso usar um aparelho de vídeo cassete e esperar a volta para casa para que mamãe e Luciana (acho que o leitor já sabe que são duas Luciana, né? A irmã e a noiva! hahahaha) pudessem ver o que tinha se passado na novela... Agora não!!! Algumas horas depois (às vezes até em tempo real) eu posso ver o que quiser do Brasil!!!

Daí eu fiquei pensando como a gente meio que não consegue se desligar do nosso país, né... Todos os dias eu entro no Globo.com e no UOL para ver as notícias do Brasil, todos os dias falo com pessoa do Brasil pelo Skype e pelo MSN, todos os dias penso no horário do Brasil "bem, se aqui são tal hora, lá no Brasil é tal", enfim, a gente não consegue e nem eu acho que deva cortar os vínculos...

Também não acho que devemos nos fechar na nossa identidade de brasileiro e viver aqui soh de corpo presente. É por isso que eu leio jornal espanhol, vejo televisão espanhola (mesmo que depois eu fale mal... rsrsrsrs) e procuro sugar tudo da cultura daqui que me seja possível ter acesso...

E isso é um aprendizado tão grande, uma experiência de vida tão incrível essa de você poder viver uma mescla, um hibridismo cultural, que só por isso já valeria a pena estar aqui. Sem esquecer que você é brasileiro. Sem esquecer que você está em Barcelona.

Cultural, social, pessoal...

Esses dias tenho pensado muito em sujeira e em falta de higiene... É cada coisa que a gente vê por aqui... Daí eu fiquei, cá com os meus botões, pensando se a falta de preocupação com a limpeza é algo cultural ou é da pessoa mesmo... Quando uma pessoa é suja, será que ela é suja tendo consciência de que está sendo suja? Ou para ela isso que ela está fazendo é "normal"? Será que é algo da cultura de um determinado povo ter menos preocupações com questões de higiene ou isso não tem nada a ver, afinal existirão pessoas limpas e sujas em todos os lugares do mundo? É que eu vejo umas coisas que eu nunca vi no Brasil, NUNCA! E coisas que me chocam um pouco... Daí eu fico pensando como os outros nos vêem (a nós brasileiros)... O que eles acham do nosso costume de tomar banho todos os dias (muitas vezes mais de 1 vez ao dia), dentre outras coisas... Enfim, foi só um post filosófico, pensando alto, compartilhando inquietações com vocês...

Express

Quinta eu vi um jornal daqueles de ofertas do Carrefour e resolvi ir lá no dia seguinte dar uma olhada nas coisas. Eu sabia que nas Ramblas tem um Carrefour (apesar de nunca ter entrado lá), daí fui lá na sexta. Sendo que quando cheguei me dei conta de que era um "Carrefour Express", ou seja, não vendia de tudo (e a parte que eu procurava, estava incluída nesse "tudo"). O que tem mais lá são coisas relacionadas à alimentação e a produtos de higiene pessoal. Mas o que me impressionou foi que o lugar estava LOTADO de turistas, L-O-T-A-D-O. Você podia escutar todos os idiomas do mundo, menos o espanhol... rsrsrsrs. Mas é claro, né, a região das Ramblas é o point dos turistas, e para quem não quer gastar dinheiro em restaurante é uma ótima opção dar uma passadinha no supermercado e comprar comida antes de voltar para o hotel/pousada/albergue. Muitos jovens, muitos!!! Toneladas de rapazes e moças enchendo as cestinhas de sanduíches e bebidas... E as coisas são baratas mesmo... Aproveitei que estava lá para fazer umas comprinhas de comida (só besteira hahahaha). Comprei dois sanduíches, nove sushis e uma salada e me saiu sete euros!!! Achei super bom... Atenção turistas, se vierem para cá e quiserem economizar na alimentação é só dar uma passadinha nos supermercados que vocês terão umas comidas bem gostosinhas por preços excelentes!!! E eu acho que o carrefour devia me pagar alguma coisa por essa propaganda toda!!! Hehehehehe.

Programa brasileiro!

Hoje eu fiz um programa bem brasileiro com uns amigos aqui em Barcelona: praia + feijoada!!! Existe algo mais a cara do nosso país do que essa combinação??? Foi muito divertido! Algumas considerações:

Sobre a praia: estar na praia aqui é uma situação bem diferente, porque, muitas vezes, se cria todo aquele imaginário de que a Europa é séria, cinza e fria. Daí, de repente, você se vê numa praiona, com uma temperatura ótima e um céu azul lindo!!! A praia aqui não é como as nossas praias (em termos de beleza), mas para eles (e para o resto da Europa) deve ser um paraíso. O engraçado é que parece não haver uma "etiqueta" de como se deve ir à praia... Aqui você vai ver na praia gente de calça jeans e tênis; gente de bermuda, tênis e camiseta; gente de sunga; gente de biquine, gente de todo jeito... A areia da praia é ótima!!! Ela é mais grossa e mais pesada do que a nossa, daí você sai da praia, dá uma batida no pé e pronto, a areia sai toda!!! Não é preciso ficar com areia até nos cabelos até chegar em casa. Essa parte da areia foi o que achei de melhor, porque eu não suporto areia no meu corpo (Por que eles não gramam a praia toda, até chegar na água?! Rsrsrsrsrsrs). Fui de bermuda jeans, camiseta e havaianas, e fiquei deitado numa cadeira de pegar sol, porque estava fazendo um "exploratório" do ambiente. Na próxima incursão já vou trocar o jeans por uma bermuda de praia, e não vai ter cadeira para sentar, vai ser na areia mesmo!!! Em uma terceira visita, quem sabe, não rola até um banho de mar?! Mas mesmo para quem não vai ficar, de fato, na areia da praia, vale muuuuuuuuuuuuuuuuito a pena dar uma volta pela Barceloneta... É tudo muito lindo... a cor do mar, os iates nas marinas, o movimento no calçadão... É um programa imperdível!!!

Sobre a feijoada: a feijoada eu já tinha comido semana passada, mas a semana foi tão louca, com essa história da chamada para assumir a vaga no concurso, que acabei esquecendo de comentar. A feijoada rola numa festa brasileira, que tem todo os domingos, com direito a um sambinha ótimo! Quem faz a feijoada é a Mar, a catalã mais brasileira que eu conheço!!! Inclusive domingo passado eu comi de graça, a convite dela!!! A feijoada é de primeira qualidade, com direito a laranja, farofa e couve!!! Isso mesmo, até couve tem!!! Hoje a gente chegou 16:30 lá... Daí vocês imaginem a fome... Comi dois pratos enooooooormes da feijoada e, de quebra, ainda um churros de chocolate de uma confeitaria ao lado! Ai jesus, essa semana vai ser só na salada!!!

Enfim, o programa brasileiro em Barcelona foi bom demais, e certamente será repetido!!!